O pagamento do 13.º salário deve injetar cerca de R$ 4,6 bilhões na economia paranaense até o final de 2008. O montante representa cerca de 2,83% do Produto Interno Bruto (PIB) do estado.
De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), aproximadamente 4,1 milhões de trabalhadores devem receber o benefício no Estado. O Dieese estima que a maior parte do 13.º – cerca de 70% do total dos valores – deve ser paga no final do ano.
Em todo o País, 68,2 milhões de brasileiros, entre trabalhadores do mercado formal e beneficiários da Previdência Social, serão beneficiados este ano com um montante que deve alcançar a cifra dos R$ 78 bilhões.
O total representa 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) do País. O levantamento nacional não considera, no entanto, o adiantamento da primeira parcela do 13.º salário feito ao longo do ano.
O número de beneficiários no Brasil este ano é 6,9% superior ao observado em 2007, quando o Dieese projetou que cerca de R$ 64 bilhões entrariam na economia em conseqüência do pagamento do 13.º Para a entidade, 4,4 milhões de pessoas passaram a receber o pagamento por terem se incorporado ao mercado de trabalho, formalizado o vínculo empregatício, ou requerido aposentadoria ou pensão.
Já o número de paranaenses que receberá o 13.º salário em 2008 é cerca de 7,4% superior ao observado em 2007. Segundo o órgão, cerca de 283 mil pessoas passarão a receber o benefício este ano.
Do total de paranaenses que devem ser beneficiados, 2,534 milhões, ou 61,4% do total, correspondem a empregados formais. Já os 1,5 milhão de aposentados ou pensionistas correspondem a 36,0% do total.
Os empregados domésticos com carteira de trabalho assinada totalizam cerca de 107 mil, ou 2,6% desse conjunto de beneficiários. O Dieese informou, entretanto, que o cálculo não incluiu o valor a ser pago para aposentados e pensionistas do serviço público que têm regime próprio.
Da totalidade dos valores, o Dieese informou que R$ 3,1 bilhões (68,2%) serão pagos para empregados formalizados, cerca de R$ 1,2 bilhões (26,4%) irão para beneficiários da Previdência Social e 57,3 milhões (1,2%) vão para o bolso dos empregados domésticos. Aos aposentados e pensionistas do Estado ficarão com aproximadamente R$ 195 milhões (4,2%).
Estável
Mesmo com uma cifra expressiva, o volume que entra no bolso do trabalhador neste final de ano não deve significar aumento nas vendas. Para o professor de economia da FAE/Business Scool, Gilmar Lourenço, o nível de aquecimento da economia, tanto paranaense, quanto nacional, deve ser menor este ano do que o verificado em anos anteriores. “Tenho uma forte impressão de que esse ano vai sobrar bem menos para os bens de consumo de final de ano”, afirma.
Segundo Lourenço, os índices de inadimplência vêm aumentando significativamente nos últimos meses. O economista explica que parte da população contraiu dívidas devido ao “boom” de consumo observado no ano passado e que durou até agosto último.
“A maior parte do 13.º deve ser usada para sanar dívidas contraídas durante o ano. Uma outra parcela será destinada para atender aos custos de início de ano”, conclui.
Lourenço lembra que é preciso planejar o pagamento de impostos, como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Além disso, o professor ressalta que parte dos trabalhadores ainda precisa arcar com despesas fixas no início do ano, como comprar material escolar dos filhos.