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De olho na Previdência e com externo calmo, Ibovespa incia outubro em alta

O Ibovespa inicia outubro com foco na reforma da Previdência e em alta, mas sem muito entusiasmo. A expectativa de aprovação do novo texto da reforma previdenciária na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e, depois no plenário, nesta terça-feira, norteia os negócios na B3.

Apesar de o mercado dar como certo o seu avanço, o que teria pouco impacto, investidores temem mudanças consideráveis no relatório que possam reduzir a economia estimada em torno de R$ 870 bilhões. Até agora, já houve desidratação de R$ 56,8 bilhões em um período de 10 anos.

Neste caso, analistas ressaltam que pode ocorrer algum desconforto, em dia que promete ser ainda mais de baixa liquidez, em razão do feriado na China, que deve durar sete dias.

Pouco antes do fechamento deste texto, a presidente da Comissão de Constituição de Justiça (CCJ), senadora Simone Tebet (MDB-MS), afirmou que a oposição terá seis destaques e o governo levará seus destaques ao plenário. Segundo o relator, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), “parece que vai ter destaque sobre abono; sempre existe a possibilidade de dificuldade”. A sessão da comissão acaba de começar.

“A aprovação em si não deve fazer preço, mas se houver desidratação, sim”, reforça um operador, ponderando que o exterior hoje também pode ajudar pouco a impulsionar o Ibovespa. Ainda que estejam esperançosos com um acordo comercial entre EUA e China, as bolsas europeias têm sinais distintos, enquanto em Nova York o sinal é de elevação.

Às 10h48, o Ibovespa subia 0,19%, aos 104.943,89 pontos.

Lá fora, observa em nota o Bradesco, o desempenho reflete melhor expectativa para o comércio sino-americano, lembrando que houve avanço no tom após a Casa Branca desmentir os rumores de que pretendia impor restrições aos fluxos de investimentos de empresas chinesas. Os dois países terão uma nova rodada de negociações no próximo dia 10. No entanto, ainda seguem incertezas sobre o processo de impeachment aberto do presidente norte-americano, Donald Trump.

No Brasil, o investidor ainda avalia a produção industrial de agosto, que voltou a crescer (0,8%) após ceder 0,3% em dado revisado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio acima da mediana das expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, positiva em 0,20%, e dentro do intervalo das previsões, de queda de 0,50% a avanço de 1,00%. Em relação a agosto de 2018, a produção caiu 2,3%. Nessa comparação, sem ajuste, as estimativas variavam de uma queda de 4,00% a 1,30%, com mediana negativa de 3,15%.

A despeito da alta mensal, o setor continua frágil, sem eliminar, por ora, as expectativas de novos cortes na taxa Selic. Conforme o IBGE, o segmento acumulou queda de 1,7% nos oito primeiros meses de 2019. O acumulado nos últimos 12 meses também foi de recuo de 1,7%, mostrando piora frente ao resultado do mês anterior (-1,3%) e permanecendo com a trajetória predominantemente descendente iniciada em julho de 2018 (3,2%).

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