O governo da presidente Dilma Rousseff poderia ter sido bem mais ousado no pedido que fez à Petrobrás para a ampliação da geração de suas usinas térmicas não fosse o grande volume de paralisações que afeta as plantas da companhia. Levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo revela que das 22 usinas térmicas que a Petrobrás tem, seja como controladora ou acionista, 16 sofrem hoje algum tipo de restrição operacional ou está em fase de manutenção.

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Essas 16 usinas teriam capacidade de entregar até 5.574 megawatts (MW) ao sistema elétrico do País. Mas, efetivamente, só podem oferecer cerca de 3.700 MW disponíveis – aproximadamente 1.870 MW da capacidade está fora do ar. Trata-se de um volume considerável de energia, equivalente a um terço de todo o parque térmico do País que está paralisado em razão de falhas técnicas e processos de manutenção.

Na segunda-feira, 19, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, informou que, até o dia 18 de fevereiro, a Petrobrás vai adicionar 867 megawatts (MW) ao parque nacional de geração, trazendo para o sistema máquinas que estão paralisadas.

Entre os projetos mencionado por Braga está a térmica Sepé Tiaraju (RJ), usina de 170 MW que, até ontem, estava completamente paralisada.

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A relação inclui ainda a usina Governador Leonel Brizola (RJ), que pode gerar até 1.058 MW, mas tem entregado apenas 800 MW. Em São Paulo, a usina Fernando Gasparian tem capacidade total de 576 MW, mas está com déficit de 301 MW.

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Gás

Duas semanas atrás, conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo, a térmica Suape II, maior usina a óleo do Brasil, com 381 MW, teve de ser paralisada por causa de panes graves ocorridas em algumas de suas máquinas. A usina, que tem a Petrobrás como acionista, vem retomando gradativamente suas operações, mas só deve estar em pleno funcionamento a partir de abril.

Dona de boa parte da geração térmica do País, a Petrobrás tem registrado resultados bilionários com a oferta de energia dessas usinas, em razão do preço alto que o setor elétrico tem de pagar por sua geração.

Em 2011, a estatal faturou US$ 2,4 bilhões com suas térmicas, resultado que saltou para US$ 3,7 bilhões em 2012 e chegou a US$ 5,2 bilhões em 2013. A Petrobrás ainda não informou quais foram os resultados financeiros obtidos com as térmicas no ano passado. A capacidade total de geração térmica do Brasil chega a 22 mil MW. No entanto, diariamente, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) tem de se virar com cerca de 16 mil MW, pois os demais 6 mil MW sempre estão indisponíveis.

Reclamações

Empresários do setor de energia têm reclamado de utilização excessiva das máquinas, o que pode estar por trás do grande volume de paralisações. Planejadas para funcionar com menor carga horária, essas usinas passaram todo o ano de 2014 ligadas e também devem seguir da mesma forma neste ano, para tentar garantir o abastecimento do País e reduzir a crise sobre os reservatórios das hidrelétricas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.