Daimler ameaça interrupção

São Paulo – A DaimlerChrysler, controladora da Mercedes-Benz do Brasil, pode interromper a produção durante pelo menos dois dias no fim de julho para compensar a retração no mercado. A informação é do presidente da companhia no Brasil, Ben van Schaik.

Ele informou que deverá utilizar o sistema de banco de horas e paralisações temporárias na fábrica de São Bernardo do Campo para ajustar produção e vendas. A empresa continua negociando com sindicatos alternativas à demissão de 730 trabalhadores anunciada no mês passado.

Segundo o executivo, haverá uma reunião na Alemanha em agosto para discutir, entre outras coisas, a situação do mercado brasileiro. “Vamos esperar o que vai acontecer, principalmente após as eleições de outubro”. Schaik declarou que as vendas de caminhõe s e ônibus foram bem até maio, mas começaram a cair em junho.

A DaimlerChrysler anunciou ontem a venda de 137 ônibus para as empresas Cometa e 1001, no valor de R$ 50 milhões. Foi um dos principais negócios da montadora nos últimos anos. As duas viações têm juntas 1.400 veículos, a maior parte da marca Scania. Os primeiros 32 ônibus começaram a ser entregues neste mês; os outros 50 serão entregues até agosto e mais 55, até setembro.

O contrato será financiado pelo Finame, linha de crédito do governo federal. A Cometa deverá colocar os novos ônibus nas suas rotas dentro de 30 dias. A compra faz parte de um processo de modernização da frota da transportadora, que vai alterar o design dos ônibus e o logotipo Cometa. Dos 137 veículos do contrato, 106 vão para a Viação Cometa e 31 para a Viação 1001.

Argentina –

As duas empresas estão entre as mais antigas do transporte de passageiros por ônibus do Brasil e são controladas pela holding JCA Schaik informou que pretende continuar a busca por novos mercados para os ônibus e caminhões produzidos no Brasil, já que a Argentina praticamente parou de importar veículos da montadora este ano. Segundo ele, a DaimlerChrysler vai vender veículos para Arábia Saudita, México, Marrocos e África do Sul.

A DaimlerChrysler produziu até hoje no Brasil 400 mil unidades de ônibus, das quais 100 mil foram exportadas para 30 países. A empresa está perdendo mercado no setor de mini ônibus e microônibus. Em 1998, a Mercedes-Benz tinha 64% do mercado. Atualmente, detém apenas 27%. A sua principal concorrente tem sido a Agrale, que passou de 17% de market share em 1998, para 46% este ano. Segundo os executivos da Daimler Crysler, a intenção é chegar a 34% até o ano que vem, buscando atrair compradores por meio de veículos mais confortáveis.

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