A produção industrial de setembro ainda não mostrou nenhum efeito do agravamento da crise mundial que ocorreu a partir daquele mês, observou nesta terça-feira (4) a economista da coordenação de indústria do IBGE, Isabella Nunes. No entanto, ela espera que os resultados de outubro “mostrem efeitos negativos” das férias coletivas determinadas por alguns setores por causa da crise.

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“A indústria não mostra em setembro nenhum efeito da crise, como confirmam os dados mensais e trimestrais”, disse. Segundo Isabella, algumas estatísticas de outubro, como a produção de automóveis e os indicadores de confiança dos empresários, apontam que os dados do mês passado podem mostrar efeitos da crise. No entanto, o efeito calendário vai ser favorável aos resultados de outubro, que terá um dia útil a mais do que em igual mês do ano passado.

De acordo com Isabella, os efeitos da menor oferta de crédito para o setor produtivo deverão ocorrer, sobretudo, na produção de bens duráveis e de bens de capital (máquinas e equipamentos). “Os setores que vinham liderando o crescimento são os que mostram maior associação com o crédito, é possível que sejam os segmentos mais sensíveis a essa redução de crédito que está ocorrendo”, disse.

Ela lembrou ainda que a alta da taxa básica de juros, a Selic, que ocorreu de abril a setembro deste ano, passando de 11,25% ao ano para os atuais 13,75% ao ano, ainda não afetou os resultados industriais.

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Setores

A produção de veículos automotores aumentou 20,1% em setembro ante igual mês do ano passado e representou o principal impacto setorial positivo para o aumento da produção da indústria brasileira no período, de 9,8%. Os demais efeitos positivos de destaque nessa base de comparação foram verificados, nessa ordem, por máquinas e equipamentos (21,4%), farmacêutica (29,6%) e outros equipamentos de transporte (44,4%).

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Por outro lado, a principal influência negativa nos resultados industriais de setembro veio da indústria de madeira, que registrou queda de 17,4% na produção ante igual mês do ano passado. Das 27 atividades pesquisadas pelo IBGE, 25 mostraram crescimento em setembro ante igual mês de 2007.