Os juros futuros fecharam a sessão regular em queda nesta terça-feira, pouco mais pronunciada nos vencimentos longos. Durante todo o dia o mercado de renda fixa esteve influenciado pelo aumento do pessimismo sobre o crescimento no Brasil e no mundo, com base nos dados ruins da produção industrial local de julho e do setor de manufatura norte-americano. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) fechou a 5,50%, de 5,579% na segunda-feira no ajuste, e a do DI para janeiro de 2023 caiu de 6,661% para 6,560%. A taxa do DI para janeiro de 2025 terminou em 7,09%, de 7,181%.
A produção industrial de julho recuou 0,3% em julho ante junho, na contramão da mediana das estimativas de aumento de 0,45%, coletadas na pesquisa do Projeções Broadcast. “O número ficou bem aquém das expectativas colocando possibilidade de PIB negativo no terceiro trimestre. Caso isso aconteça, compromete ainda mais estimativa para o ano, o que estimula as apostas de corte da Selic”, disse a economista-chefe da ARX Investimentos, Solange Srour.
Na curva a termo, as apostas de que o Copom vai baixar a Selic novamente em 0,5 ponto porcentual no encontro dos dias 18 e 19 aumentaram um pouco nesta terça-feira, de 68% para 72% à tarde, depois de bater em 75% mais cedo. A possibilidade de redução menor, de 0,25 ponto, era de 28%, ante 32% na segunda. Os cálculos são do Haitong Banco de Investimento.
O exterior foi de maior aversão ao risco, mas como o dólar esteve controlado na zona entre R$ 4,17 e R$ 4,18, a ponta longa cedeu. A partir da divulgação do índice de atividade industrial nos Estados Unidos, que caiu para 49,1 em agosto, indicando que o setor manufatureiro por lá passou a se contrair no mês passado, cresceu o temor sobre recessão no país. E, em consequência, também subiram as apostas de que os bancos centrais terão de adotar mais medidas de estímulo.