A PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes (PwC) e seu sócio Carlos Biedermann fecharam um acordo no valor total de R$ 950 mil com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Os dois eram alvo de um processo sancionador instaurado pela Superintendência de Normas Contábeis e de Auditoria (SNC).
A área técnica acusou a PwC de não ter respeitado o disposto nas normas brasileiras de contabilidade para auditoria independente, ao realizar os trabalhos de auditoria em relação às demonstrações financeiras de 31/12/2014 da Tupy S.A. O órgão regulador também apontou que a PwC teria prestado serviços de consultoria para a Tupy que podem caracterizar a perda de sua objetividade e independência.
Na qualidade de sócio e responsável técnico da empresa, Biedermann foi processado administrativamente sob as mesmas acusações. Sua parte no acordo – ou termo de compromisso, como é chamado formalmente – corresponderá a R$ 300 mil.
O processo teve início a partir de relatórios e documentos que tratavam de uma denúncia quanto a possível conflito de interesses na contratação de serviços de mudança de Enterprise Resource Planning (ERP) e implantação de sistema de gerenciamento de controle interno da Tupy pela PWC.
A superintendência da CVM embasou o processo no fato de uma empresa do grupo da PwC ter prestado serviços de consultoria para identificar riscos e controles existentes e avaliar o desenho e implementação desses controles. Para a área técnica, isso denotava clara perda de independência da auditoria na avaliação dos controles internos durante o trabalho nas demonstrações financeiras da Tupy. A análise é que o auditor deve ser visto pelos usuários de seu trabalho como independente, algo fundamental para a manutenção na confiança do sistema.
O termo de compromisso celebrado com a CVM extingue o processo e evita que os acusados sejam levados a julgamento.