CUT pede a Lula revisão do acordo com o FMI

A CUT (Central Única dos Trabalhadores) criticou ontem as condições do novo acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), que deve ser assinado na próxima semana. Para a central sindical, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deveria “intervir na assinatura do acordo com o FMI”. “Não dá para manter uma meta de superávit primário de 4,25% do PIB (Produto Interno Bruto). Essa meta reduzirá os recursos públicos necessários para os investimentos em infra-estrutura e necessários para determinar a velocidade da retomada do crescimento econômico”, disse o presidente da CUT, Luiz Marinho.

Na opinião do dirigente sindical, o Brasil tem condições de assinar um acordo mais favorável para a retomada do crescimento econômico do País. “O acordo precisa ser rediscutido. O Brasil tem cacife para fazer uma negociação diferente com o FMI”, afirmou.

Marinho disse que a velocidade do crescimento econômico depende da ampliação dos investimentos públicos. “Se dependermos só dos investimentos privados, o crescimento será mais demorado.”

Segundo a CUT, a ampliação dos investimentos públicos é necessária para acabar com os “solavancos do crescimento”. “Não queremos a repetição de solavancos, a repetição de um apagão. Se crescermos 4% em 2004 e 2005, teremos dificuldade para manter esse crescimento em 2006 sem investimentos em infra-estrutura”, disse Marinho, depois de participar do encerramento da reunião da direção nacional da central.

Desgosto

A CUT criticou o resultado do primeiro ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Para os representantes da maior central sindical do país e que está historicamente ligada ao PT, o governo Lula deveria ter focado sua atuação na geração de emprego e renda.

“Não ficamos satisfeitos com esse primeiro ano. O desemprego está alto e a massa salarial baixa. Não dá, como dirigente sindical, para ficar satisfeito com esse primeiro ano de governo”, disse o secretário-geral da CUT, João Felício, logo após participar do encerramento da reunião da direção nacional da central.

Os 115 membros da direção nacional da CUT se reuniram anteontem e ontem em São Paulo para avaliação do primeiro ano do governo Lula.

Apesar das críticas, Luiz Marinho, afirmou que a central sindical já esperava que 2003 fosse “um ano muito duro”.

“O governo Lula assumiu o País com uma projeção de inflação da ordem de 40%. Fez a sua lição de casa: controlou a inflação, reduziu os juros”, afirmou.

Para a CUT, o governo acertou na chamada primeira fase – quando havia o risco de retorno da inflação. Mas foi lento na tomada de decisões na segunda fase, quando a inflação já estava sob controle.

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