São Paulo (AE) – Metalúrgicos ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e à Força Sindical decidiram ontem, em São Bernardo do Campo (SP), que realizarão, a partir da semana do dia 22 de maio, paralisações de advertência nas cinco fábricas da Volkswagen existentes no Brasil. Os sindicalistas afirmam que haverá greves também em empresas que fornecem autopeças ligadas à Volks, que sofrerão indiretamente os efeitos do projeto mundial de corte de custos da companhia alemã. Com as manifestações, a categoria tentará evitar 5.773 demissões, conforme número projetado pelos sindicatos, que podem ocorrer nas fábricas da montadora no País, como parte de um plano de reestruturação.
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, vinculado à CUT, o primeiro dia de paralisação será anunciado no dia 19 deste mês. Em cada dia de greve será feita uma manifestação pública para esclarecer para a população o impacto da ação da Volks.
O sindicato alertou ontem que ?mais de 600 mil pessoas podem ser atingidas? pelo eventual plano de demissão da Volks, já que, para cada trabalhador em montadora, existem outros 46 na cadeia produtiva, mais os dependentes familiares. ?As paralisações ocorrerão ao nosso tempo e do nosso jeito, para que a empresa sinta que iniciou uma briga que tem graves conseqüências para a sociedade?, afirmou, em comunicado à imprensa.
Os metalúrgicos acrescentaram que as greves não ocorrerão somente nas fábricas da Volks, mas em toda a cadeia produtiva. O sindicato do ABC destacou que as paralisações poderão acontecer, por exemplo, em uma empresa fabricante de autopeças. Os representantes dos trabalhadores informaram que, para isso, já iniciaram um processo de mapeamento desta cadeia para verificar os pontos mais importantes para a montadora.
Além das fábricas em São Bernardo, Taubaté e São José dos Pinhais, a Volks tem, no Brasil, as unidades de Resende, no Rio de Janeiro, e de São Carlos, no Estado de São Paulo. A montadora emprega cerca de 21,5 mil trabalhadores nas cinco fábricas que possui no País. A assessoria de imprensa da companhia informou que a Volks do Brasil não deve se pronunciar sobre a decisão dos metalúrgicos.
