Brasília – O governo tenta evitar a polêmica sobre o valor do salário mínimo e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva avisa que o anúncio do reajuste só será feito em abril, diante da avaliação das reais condições econômicas do momento. Mas enquanto o presidente nega-se a antecipar o valor, cresce a pressão do Congresso e dos sindicatos para que não seja inferior a R$ 240. Sindicalistas já ameaçam com greve e atos contra o governo.
O presidente da CUT, João Felício, afirmou ontem, ao participar da primeira reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), no Planalto, que se houver uma bolha inflacionária, o mínimo terá de ser “muito superior” aos R$ 240, “porque teria de refletir essa perda salarial”. “Vamos fazer pressão sobre o Congresso e sobre o governo e, se for necessário fazer greve, vamos fazer greve”, disse Felício, avisando que a CUT não mudou, apesar de o governo ser do PT. Depois, disse acreditar que o governo estará atento às necessidades da população e que não será necessário manifestação mais dura.
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, também ameçou pressionar o governo contra o mínimo inferior a R$ 240.