Custo do crédito não vai cair no curto prazo

São Paulo – A redução do juro básico (taxa Selic) em 0,5 ponto percentual, anunciada quarta-feira (18) pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), foi uma medida de caráter técnico, que pouco irá influir, a curto prazo, no custo do dinheiro para o tomador de empréstimos ou na situação dos devedores. A avaliação é do presidente da Associação das Empresas de Recuperação de Crédito (Aserc), Rogério Bonfiglioli. “O efeito direto sobre o custo do crédito será “pequeno”, diz.

De acordo com o presidente da Aserc, o crédito ao consumo será efetivamente estimulado – com menor custo e prazos mais longos – quando a economia puder contar com o impacto favorável das medidas estruturais de combate à inflação e da agenda programada pelo governo para o crescimento da economia.

“Desse modo, a inadimplência diminuirá e permitirá que as instituições operem com prazos mais longos. É fundamental também que haja ênfase em uma série de medidas de estímulo ao crédito, como a redução dos encargos tributários sobre as operações de financiamento e a liberação de recursos dos recolhimentos compulsórios”, defende.

Segundo Bonfiglioli, as vendas a crédito caíram 3,7% desde o início do ano até o final de maio e as vendas com cheques sofreram redução de 0,9% sobre o mesmo período de 2002 – de acordo com dados do Instituto de Economia da Associação Comercial de São Paulo.

Acerto

De acordo com o presidente da Aserc, “os cancelamentos (recuperação de crédito) surpreenderam e subiram 14,2% no final de maio, mostrando que os inadimplentes estão empenhados em acertar suas dívidas na medida do possível, graças em grande parte aos acordos, promoções, refinanciamentos e redução de encargos nos processos de cobrança”.

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