A elevação dos preços dos materiais básicos de construção, como telhas, blocos de concreto e cimento, bem acima do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) começa a preocupar as empresas. A preocupação é maior especialmente entre as pequenas e médias construtoras que precisam competir com as gigantes do setor. "Estamos vigilantes", afirma o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), João Claudio Robusti.
A entidade fez um estudo para monitorar os preços dos principais insumos usados na construção civil no Estado de São Paulo e constatou, por exemplo, que a telha de fibrocimento, o bloco de concreto e o cimento subiram 33,81%, 31,11% e 23,95%, respectivamente, em 11 meses até janeiro. No mesmo período, o Custo Unitário Básico (CUB) da construção civil no Estado aumentou 7,17%, e o INCC, indicador nacional calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), teve alta de 5,55%. Dos 41 itens pesquisados pelo Sinduscon no período de 11 meses até janeiro, 24 subiram acima da média do CUB.
Altas de preços dos materiais são pontuais", afirma Robusti, sem esconder a preocupação com as pressões de custos. Essa análise é compartilhada pelo coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros. "Existe uma alta nos preços da construção civil mas não dá para generalizar", afirma o economista.
Em 12 meses até janeiro, por exemplo, a cotação do tijolo subiu 10,14%; os serviços de projetos de engenharia aumentaram 10,70%, e o aluguel de máquinas cresceu 6,20%, ressalta. Enquanto isso, o INCC variou 6,01% no mesmo período. "Dificilmente os preços das matérias-primas da construção civil subiriam nessa magnitude numa fase de desaquecimento econômico", diz o economista.
É exatamente para garantir esse aquecimento e um desempenho do setor ainda melhor neste ano que as empresas estão se preparando. Ainda sem os números fechados, Robusti calcula que o Produto Interno Bruto (PIB) do setor cresceu 7,9% em 2007, e projeta um crescimento de 10,2% este ano.