O Índice Nacional de Custo da Construção – Mercado (INCC-M), que mede a inflação na construção civil, terá alta, em 2010, superior ao aumento de 3,2% registrado no ano passado, segundo a consultora da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Ana Maria Castelo. “Em 2009, houve queda de 0,5% em materiais e serviços e alta de 7,6% nos custos com mão de obra. Não se espera nova deflação em materiais e serviços”, disse a consultora. Com a aceleração dos lançamentos e vendas do mercado imobiliário, a tendência é que a demanda por mão de obra continue acima da oferta, favorecendo os trabalhadores.
O INCC-M teve alta de 0,52% em janeiro. Em dezembro, o indicador tinha subido 0,20%. A FGV fez hoje a primeira divulgação mensal isolada do INCC-M, que representa 10% do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M). Anteriormente, o INCC-M era divulgado juntamente com o resultado do próprio IGP-M. O INCC-M é calculado com base nos preços coletados entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês de referência.
Em janeiro, houve aceleração ante dezembro, devido às elevações de custos com mão de obra e serviços, segundo Ana Castelo. “Para a alta de mão de obra, a principal razão foi o acordo coletivo fechado com atraso em Belo Horizonte, em dezembro, com reajuste de 7,3%, que influenciou os custos de janeiro”, afirmou. Já taxas de serviços e licenciamentos foram reajustadas por prefeituras e cartórios em janeiro, conforme a consultora da FGV. Ela destacou também o aumento dos preços de vale transporte em São Paulo e Salvador.
Segundo a FGV, os preços de materiais, equipamentos e serviços subiram 0,44% em janeiro, enquanto os custos com mão de obra cresceram 0,60%. As maiores altas de preços foram registradas em ajudante especializado (0,75%), vale transporte (4,80%) e servente (0,49%), enquanto as quedas mais acentuadas foram nos preços dos itens tinta à base de PVA (-0,61%), vergalhões e arames de aço ao carbono (-0,08%) e tábua de 3ª (-0,58%).
No ano passado, a produção da indústria de materiais de construção encolheu. Ainda não há pressão de preços da categoria, segundo Ana Castelo, mas, diante das perspectivas de forte crescimento do setor de construção, a expectativa é de recuperação da demanda por materiais e retomada da produção desses itens.