A alimentação básica do trabalhador curitibano ficou 1,79% mais cara em outubro, custando R$ 137,85. Com esse resultado, a cesta básica acumula altas de 5,49% no ano e de 8,24% nos últimos doze meses. Somente nos últimos quatro meses, a cesta aumentou 10,59%. De janeiro a junho, havia deflação de -4,61%. Curitiba continua com a terceira cesta mais cara do País, atrás de Porto Alegre (R$ 151,22) e São Paulo (R$ 142,12), registrando a sétima maior variação positiva do País. Entre as dezesseis capitais pesquisadas pelo Dieese, doze tiveram elevação de preço dos alimentos no mês passado.

Dos treze itens que integram a cesta básica, onze tiveram aumento no último mês em Curitiba. A maior alta ocorreu com a banana (18,33%), motivada pela entrada de uma nova safra de melhor qualidade de Santa Catarina, segundo explicou o coordenador do Dieese Miguel Gawloski. A variação cambial, a entressafra e o aumento da cotação internacional elevaram a farinha de trigo em 15,34%. Em conseqüência disso, o pão ficou 8,76% mais caro. O arroz registrou novo aumento, de 10,53%, devido ao pico da entressafra. “Essa alta deve permanecer até fevereiro de 2003”, comentou Gawloski.

O açúcar encareceu 9,76%. “Houve aumento da demanda internacional e quebra de safra no Brasil e no mundo”, destacou. A manteiga subiu 7,60% e o óleo de soja, também impactado pela variação cambial, 7,30%. Também houve majoração de preços no café (4,92%), batata (4,21%), feijão (3,91%) e leite (0,98%). A carne teve redução de 1,24%. Já o tomate, que em setembro foi o vilão da cesta básica, com variação de 47,86%, em outubro apresentou a maior queda: -16,76%, ajudado pela entrada da safra de verão de São Paulo que ampliou a oferta do produto.

Nos últimos quatro meses, os produtos que mais subiram foram óleo de soja (49,64%), farinha de trigo (46,44%), pão (25,44%), feijão (19,82%) e arroz (17,76%). “Como muitos produtos estão calcados no dólar e apostamos que o dólar caia até o final do ano (entre R$ 2,90 e R$ 3,30), certamente a cesta cairá”, disse Gawloski. Porém mesmo que o dólar mantenha a tendência de queda, leva dois a três meses para o efeito ser sentido na economia real, complementa o economista Sandro Silva, técnico do Dieese.

Salário mínimo

Pelos cálculos do Dieese, o salário mínimo necessário deveria ser R$ 1.270,40. Este valor obedece a Constituição Federal, no artigo 7, capítulo IV, que define o salário mínimo como capaz de atender as necessidades vitais básicas do trabalhador e sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social. Em outubro, a cesta básica comprometeu 68,93% do salário mínimo bruto de um trabalhador.

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