Dieese

Custo da cesta básica não para de subir em Curitiba

Com os preços cada vez mais salgados, a batata está entre os produtos que mais vêm influenciando nas altas da cesta básica curitibana, este ano. Em abril, o produto aumentou quase 48% e, junto com o leite, a banana e o feijão, ajudou a puxar um novo aumento no conjunto de alimentos essenciais.

A taxa mensal, de 3,20%, eleva o índice do ano a 12,68%, e o valor da cesta a R$ 238,71. É o patamar mais alto desde julho de 2008, quando o grupo dos mesmos produtos valia R$ 244,30.

Os números foram divulgados ontem, pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). De acordo com o levantamento, os preços em Curitiba continuam ocupando uma posição intermediária entre as 17 capitais pesquisadas: o valor dos produtos é o oitavo maior. Já a alta de abril, apesar de significativa, é a sexta menor. A capital mais cara é Porto Alegre (R$ 268,72) e a mais barata, Aracaju (R$ 184,97).

O economista Cid Cordeiro, do Dieese, lembra que a cesta básica teve altas elevadas nos últimos três meses, pressionando bastante a inflação no período. Ele destaca o impacto de hortifrutigranjeiros como a batata (aumento de 84,36% no ano) e o tomate (47,19%), que foram culturas muito prejudicadas pelo excesso de chuvas, além de itens como o leite (25,95%) e o açúcar (22,75%).

Em abril, dois dos produtos que mais subiram no ano apareceram com as maiores altas: a batata, com 47,98% e o leite, com 7,56%. A banana (6,25%), o feijão (4,82%), a manteiga (1,89%) e o tomate (1,49%) também ficaram mais caros.

Por outro lado, seis produtos baratearam no mês passado: a maior baixa foi no óleo de soja (-4,07%), mas o açúcar (-2,93%), a farinha de trigo (-2,58%), a carne (-2,05%), o arroz (-1,64%) e o café (-0,17%) também ficaram mais baratos. Já o preço do pão ficou estável.

Para Cordeiro, a razoável quantidade de itens com queda nos preços, em abril, pode sinalizar uma menor pressão dos alimentos sobre a inflação, nos próximos meses.

Ele aponta uma expectativa de queda nos preços, já em maio: “A cesta básica acumulou variação muito alta em período muito curto (mais de 12% em quatro meses). Além disso, o clima está normalizando e as geadas ainda não estarão afetando a produção”, conclui.

Leite

Os valores médios do leite, que subiram em 16 cidades (Curitiba teve a terceira maior alta), vêm sendo pressionados desde março devido à quebra da produção, que resulta, por sua vez, do excesso de chuvas em algumas regiões produtoras.

Além disso, o Dieese aponta pressão pelo aumento do preço por parte de produtores e intermediários, que já esperam a estiagem dos próximos meses. “A tendência é de mais aumento no produto, ou manutenção do valor que ele já atingiu”, diz Cordeiro.

Outro item que teve aumento generalizado, em 15 capitais, foi o feijão. Em Belo Horizonte, a alta foi de quase 51%. O economista do Dieese explica que a redução da última safra está refletindo nos preços, já que a oferta do produto diminuiu. “Mas nos próximos meses teremos nova safra, então há expectativa de nova queda nos preços”, ressalta.

Salário mínimo de R$ 2.257,52

Redação

Com base no custo da cesta básica observado em Porto Alegre, e levando em consideração que o salário mínimo deveria suprir as despesas de um trabalhador e sua família, o Dieese aponta que o menor salário pago no país deveria ser, em abril, de R$ 2.257,52, o que correspondea 4,42 vezes o piso pago no mês (de R$ 510,00) e é quase R$ 100,00 maior que o valor registrado para março (R$ 2.159,65). Em abril, o custo da cesta representava 55,71% do salário mínimo líqui,do.

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