Faltando pouco mais de um mês para o início da entressafra da produção de carne bovina, uma vez que as pastagens sofrem os efeitos da geada e do frio, o preço pago pelos consumidores curitibanos caiu levemente, mas nem de longe apresenta o mesmo patamar praticado antes da disparada que marcou 2010.
Pelos indicadores, no primeiro quadrimestre deste ano, o preço médio da carne na capital caiu 3%, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Paraná (Dieese-PR), e 4,5% pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entretanto, o mesmo produto, no ano passado, acumulou alta de 29,64%, segundo o IBGE.
“O preço da carne bovina não devolveu, nem devolverá toda valorização acumulada em 2010”, analisa o economista do Dieese-PR, Cid Cordeiro. Pela série do Dieese, mesmo com o alívio de 3% no preço em Curitiba, a carne comprada em abril deste ano ainda está 23% mais cara do que aquela paga em abril de 2010. “A queda não significa preço baixo”, esclarece Cordeiro.
Pelo IBGE, alguns cortes tiveram uma redução significativa, como o filé mignon que até abril apresentou queda de 22,5%. Porém, ao observar a valorização do mesmo item em 2010, nota-se que o mignon acumulou 70% de alta. Mesmo o coxão mole, que integra a cesta básica, subiu 32% em 2010, mas só baixou 7,88% até abril.
A única compensação, segundo o Dieese, é que a entressafra não deverá reajustar bruscamente o preço da carne bovina. “Já está em um patamar muito alto. Se não houver nenhum fator novo além da pastagem, não vejo muito espaço para grandes altas”, prevê o economista. Para ele até o início de julho os preços ainda seguirão uma trajetória de queda. “Setembro e outubro serão os meses que apresentarão alguma elevação, porque é o período de pico da entressafra”, avisa.
Segundo ele, outras fontes de proteína animal seguirão como alternativas. “Suínos e aves também subiram em 2010, mas foi em uma velocidade moderada. O frango ainda não cedeu, mas a carne suína já acumula 4,5% de queda”, indica.