Curitiba teve o menor IPCA do País em junho

Curitiba fechou o mês de junho com o menor IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, principal índice de inflação) do País: deflação de 0,52%. Em nível nacional, o IPCA também desacelerou, registrando queda de 0,02% – a menor taxa desde junho de 2003, quando a redução foi de 0,15% nos preços. Para o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), responsável pela pesquisa, tecnicamente houve estabilidade de preços.

O recuo da inflação no mês passado ocorreu sobretudo em razão da redução dos preços dos alimentos e combustíveis. Em Curitiba, o grupo Alimentos e Bebidas recuou 0,65% na comparação com maio, puxado especialmente por hortaliças e verduras, que caíram 19,65%. O grupo Transportes também recuou (-2,11%), por conta dos combustíveis, que registraram queda de 11,59%. Os remédios também contribuíram para a deflação no mês, com queda de 2,02% nos preços.

Na outra ponta, apresentaram elevação os grupos Habitação (alta de 0,19%), Artigos de Residência (0,35%), Vestuário (0,59%), Despesas Pessoais (0,67%), Comunicação (0,66%) e Educação (0,18%).

Nível nacional

O resultado de -0,02% em junho ficou abaixo das previsões de analistas. Segundo o último Relatório de Mercado, organizado pelo Banco Central, a expectativa era de que o índice apurasse alta de 0,08%. Em maio, o IPCA havia registrado variação positiva de 0,49%.

Em junho, a principal contribuição negativa no índice, em nível nacional, veio do álcool combustível, que ficou 8,79% mais barato em razão da redução da cotação da cana-de-açúcar e da concorrência entre postos distribuidores. O impacto negativo no índice foi de 0,09 ponto percentual. No ano, o álcool acumula queda de 15,10%. A segunda maior influência negativa veio da gasolina, que caiu 1,51% e representou um impacto de -0,06 ponto percentual no índice.

No grupo Alimentos e Bebidas, a queda foi de 0,67% devido ao aumento da oferta de várias lavouras. Produtos como batata inglesa (-18,74%), cenoura (-16,89%) e tomate (-10,79%) ficaram mais baratos em junho.

A gerente do Sistema de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, destaca que os alimentos tiveram papel importante na contenção da taxa, apesar das estimativas menores da safra de grãos. O dólar foi o fator decisivo para o recuo dos preços dos alimentos, segundo a técnica. Cerca de 60% dos insumos agrícolas são importados. ?Aliado ao efeito câmbio existe ainda a guerra de preços entre os supermercados, que têm feito promoções de produtos como óleo de soja e azeite, por exemplo?, disse.

Já o telefone fixo exerceu a principal pressão positiva, com alta de 0,73% e influência de 0,02 ponto percentual. A elevação ocorreu em razão do reajuste de 7,99%, autorizado pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) para as ligações de fixo para móvel aplicado em algumas regiões. Em julho, o telefone fixo deve voltar a pressionar a inflação com o reajuste de 7,27% autorizado pela Anatel.

No acumulado do ano, o IPCA registra alta de 3,16%. O resultado é superior à metade do centro da meta ajustada de inflação deste ano, de 5,1%. O indicador serve de parâmetro para as metas de inflação do governo. Nos últimos 12 meses, o índice acumula alta de 7,27%.

Entre as regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE, as taxas mais altas foram verificadas em Salvador (0,32%) e Goiânia (0,35%). O IPCA se refere a famílias com rendimento entre um e 40 salários mínimos e abrange Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador, Curitiba, Brasília e Goiânia.

Inflação da terceira idade subiu 1,83% no mês

Rio (AG) – Em sua segunda apuração trimestral, o Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i), primeiro índice específico para o grupo social da terceira idade, apresentou variação de 1,83%, no segundo trimestre de 2005, informou ontem a Fundação Getúlio Vargas (FGV), que calcula o índice. No trimestre anterior, a taxa ficara em 1,79%. Nos últimos 12 meses, o índice acumula alta de 6,16%.

De acordo com um comunicado da FGV, nos meses de abril, maio e junho, o IPC-3i registrou variação de 0,94%; 0,88% e 0,00%, respectivamente. Nos primeiros dois meses, o índice recebeu forte influência de preços administrados. Os grupos ?habitação?, ?saúde e cuidados pessoais? e ?alimentação? tiveram o maior peso e responderam por 84% do índice trimestral.

A maior contribuição partiu do grupo ?habitação?, 0,67 ponto percentual. Esta é a classe de despesa que mais pesa no orçamento das famílias, no caso do IPC-3i, 33%. Entre abril e junho, a variação acumulada para este grupo foi de 2,05%, superior à média apresentada pelo IPC-3i, que foi de 1,83%. Neste caso, 55% da influência total do grupo partiu de reajustes nos itens ?empregados domésticos? e ?tarifa de eletricidade residencial?, cujas taxas apresentaram, no último trimestre, variações de 5,66% e 3,91%, respectivamente.

A segunda classe de despesa a influenciar com destaque o IPC-3i foi ?saúde e cuidados pessoais?. O reajuste autorizado para os medicamentos, a partir de abril de 2005, foi o que mais contribuiu para a elevação da taxa do grupo no trimestre, que foi de 2,95%. Os ?medicamentos em geral? registraram variação média de 5,70% e responderam por 57% da taxa deste grupo. Ao reajuste dos medicamentos soma-se o reajuste médio registrado para o item ?plano e seguro saúde?, que foi de 2,82%, no último trimestre.

Por último, o grupo ?alimentação?, livre da pressão dos preços administrados, apresentou a terceira maior influência no trimestre. A taxa de variação para esta classe de despesa subiu 1,35%, influenciada principalmente por reajustes em ?laticínios e hortaliças e legumes?.

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