Curitiba registrou a maior taxa de inflação pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em março, segundo informou ontem o IBGE. Enquanto a média no País foi de 0,20%, na capital paranaense o índice saltou para 0,39%, contra 0,42% que tinha sido registrado em fevereiro. Com isso, Curitiba ficou com o quinto maior percentual no acumulado do ano, de 1,26%, contra 1,94% registrado por Belo Horizonte, o mais alto.
A taxa média de inflação do País – de 0,20% em março – do IPCA é a menor apurada pelo IBGE para um mês de março desde 1994, destacou a coordenadora de índices de preços do instituto, Eulina Nunes dos Santos.
No primeiro trimestre de 2009, a alta de 1,23% do índice foi a menor para um primeiro trimestre desde 2000. Segundo Eulina, a desaceleração no IPCA de fevereiro (0,55%) para março foi garantida pelo fim da pressão de alta do grupo Educação, que havia sido responsável por mais da metade da taxa de fevereiro.
O desempenho comportado da inflação no primeiro trimestre deste ano foi favorecido pela demanda contida pela crise, a estabilidade no preço da gasolina e a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis novos, segundo a coordenadora de índices de preços do IBGE.
No primeiro trimestre houve queda de 4,58% nos preços dos automóveis novos e recuo de 4,91% nos preços de carros usados. Além disso, alguns produtos importantes nas despesas com alimentação das famílias registraram deflação no período, como carnes (-4,70%), tomate (-18,90%), feijão carioca (-12,92%) e arroz (-3,87%). Já o preço da gasolina ficou praticamente estável (0,04%) no primeiro trimestre.
A maior pressão de alta para a inflação acumulada de 1,23% no primeiro trimestre do ano ficou com o item colégios, com aumento de 5,12% e contribuição de 0,25 ponto porcentual para o IPCA no período.
Outras pressões importantes de alta no primeiro trimestre foram dadas pelas tarifas dos ônibus urbanos (4,41%), na refeição fora de casa (2,88%), frutas (8,12%) e empregado doméstico (2,01%).
Eulina disse que houve alguma influência da alta do dólar sobre os reajustes de alguns produtos no primeiro trimestre, como eletrodomésticos (0,58%), computadores (1,51%) e mobiliário (1,67%).
INPC fica em 0, 20%
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC – apresentou variação de 0,20% em março, abaixo do resultado de 0,31% de fevereiro. No primeiro trimestre do ano, o INPC ficou em 1,15%.
Considerando os últimos doze meses, com 5,92%, o resultado situou-se abaixo da taxa dos doze meses imediatamente anteriores (6,25%). Em março de 2008, a taxa do INPC foi de 0,51%.
Para cálculo do índice do mês foram comparados os preços coletados no período de 28 de fevereiro a 30 de março (referência) com os preços vigentes no período de 29 de janeiro a 27 de fevereiro (base).
INPC é calculado pelo IBGE desde 1979, se refere às famílias com rendimento monetário de 1 a 6 salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange nove regiões metropolitanas do País, além do município de Goiânia e de Brasília. Dentre os índices regionais, Curitiba (0,44%) e São Paulo (0,42%) apresentaram os maiores resultados. O menor resultado ocorreu em Belo Horizonte (-0,07%).