O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) fechou o mês de fevereiro com variação de 0,61% em Curitiba, segundo pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). O setor de alimentos e bebidas foi o que sofreu maior variação (2%), mas foi o grupo de transporte e comunicação (aumento de 1,69%) que teve maior impacto no índice de fevereiro. Em janeiro, o índice foi de 1,88%. Com isso, o custo de vida já encareceu 2,50% no ano, enquanto o acumulado de 12 meses é de 13,60% – o maior desde dezembro de 99, primeiro ano da pesquisa.
De acordo com o economista Gino Schlesinger, técnico do IPC, o índice de fevereiro ficou abaixo da projeção de 1%. “No setor transporte e comunicação, a gente esperava um aumento maior, enquanto o vestuário (-3,36), não imaginávamos que a queda fosse tão acentuada”, analisa, lembrando que o fim da temporada de verão propiciou as promoções de roupas e calçados.
No setor transporte e comunicação, os itens que mais contribuíram para o índice foram álcool combustível (variação de 14,61%), gasolina (4,9%), tarifa de ônibus urbano (3,64%), automóvel de passeio e utilitário usado (0,95%), automóvel de passeio nacional zero (1,06%) e automóvel de passeio importado zero (4,52%). Na contramão, tiveram queda de preço a passagem de avião (-11,91%), seguro voluntário de veículos (-6,16%) e conserto de veículos (-0,80%).
No segmento alimentos e bebidas, destaque para os produtos in natura (hortifruti), que tiveram aumento de 14,31% em fevereiro, enquanto em janeiro a variação havia sido de 4,11%. Na categoria, destaque para a batata-inglesa (37,64%), tomate (45,35%) e alface (28,71%). Schlesinger lembra, no entanto, que apesar da alta, os produtos in natura representam apenas 1,85% do índice – peso muito menor do que a tarifa de ônibus, por exemplo, que é de 2,25%. Outros produtos in natura que sofreram aumento em fevereiro, mas trouxeram impacto menos significativo foram: pepino (67,52%), manga (39,89%), cenoura (21,21%) e morango (17,61%).
O grupo artigos de residência apresentou alta de 0,23%, com destaque para móvel para sala – estofados e mesinha – que teve aumento de 5,99%. O segmento despesas pessoais fechou o mês com variação de 0,13% – bem abaixo dos 2,51% registrados em janeiro. O grupo habitação manteve-se estável, com variação de 0,03%. Já o grupo vestuário apresentou queda de 3,36%, por conta das reduções de preços em: calça comprida masculina (-6,99%), saia e bermuda feminina (-12,22%), blusa e camiseta infantil (-11,31%).
Março
Para março, a projeção é que o IPC feche entre 0,8% e 0,9%, caso os preços do gás de cozinha e da gasolina subam. Caso contrário, o índice deve variar entre 0,4% e 0,5%, estima Schlesinger. Só o aumento da tarifa de ônibus em Curitiba – de R$ 1,50 para R$ 1,70 -que já teve influência no índice de fevereiro, terá impacto de 0,20% no IPC de março. Já se o desconto do preço da gasolina se mantiver em Curitiba, como vem ocorrendo, a queda estimada é de 7%, contribuindo com 0,16% a menos no índice.