Nesta quarta e quinta-feira, dias 20 e 21 de junho, o centro de convenções da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) sedia o 1.º Encontro Luso-brasileiro de Negócios em Biocombustíveis no Paraná (Lusobra). O evento é promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-brasileira de Portugal (CCILB) e pela WYS International Business.
De acordo com uma das proprietárias da WYS, Wanda Dall?Oglio, o evento viabilizará o contato e a troca de experiências entre investidores, empresas, indústrias, governos e instituições européias e brasileiras interessados em oportunidades de negócio e de transferência de tecnologia. ?Um dos nossos objetivos também é promover a interação e a cooperação entre os participantes de todos os países para a formalização de ações direcionadas ao desenvolvimento do setor?, destaca Dall?Oglio.
O Lusobra trará à capital paranaense diversos empresários portugueses interessados no setor de biocombustível, acompanhados por representantes do governo lusitano e da União Européia. No Brasil, participarão empresas e instituições patrocinadoras, além de empresários de destaque no setor de biocombustíveis e energia. ?Também pretendemos projetar internacionalmente a potencialidade e o know-how brasileiro e paranaense no setor de energias renováveis?, afirma Sabine Oliveira, proprietária da WYS International Business.
O vice-governador do Paraná, Orlando Pessuti, diz que já há algum tempo o estado vem adotando medidas para estimular a produção de biodiesel. ?Vamos ampliar os horizontes de um trabalho que, desde 2003, vem sendo feito pelo governo estadual. O encontro vai proporcionar a discussão de novos projetos, principalmente com os portugueses?, afirmou.
Para o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini, o interesse dos empresários portugueses no Paraná é natural, uma vez que o estado é o principal produtor de grãos do Brasil e concentra um grande número de agricultores familiares, que podem participar do processo de produção. ?O momento atual ? em que o programa de biodiesel está sendo construído no Paraná, no seu aspecto técnico e econômico ? é ideal para receber essas delegações que oferecem oportunidades de ampliação para futuras plantas industriais e de negócios para os agricultores familiares?, afirma o secretário.
O 1.º Lusobra tem como parceiro institucional o Governo Estadual e, como patrocinadores, a Itaipu Binacional, o Banco Banif Portugal, as empresas Iberol Portugal, Festo, Gvagro e o município de Sorriso (MT). O evento também tem o apoio da Seab, da Tecpar/SET, da Fiep, do BRDE, da MDA/SAF, da Abreu Advogados e da Rede Brasileira de Centros Internacionais de Negócios. Mais informações no site www.wysonline.com.br ou pelo telefone (41) 3362-5150.
Energia renovável
Com grande extensão de terras agricultáveis, combinadas com diferentes padrões climáticos, o Brasil é referência na produção e na exportação de energia de biomassa (energia renovável fornecida por matérias de origem vegetal). Dados da Agência Internacional de Energia, de 2001, mostram que 35,9% da energia fornecida no Brasil vieram de origem renovável. No mundo, no mesmo ano, esse valor foi de 13,5% e, nos Estados Unidos, o percentual foi de apenas 4,3%.
Em relação aos combustíveis renováveis, na safra de 2004 registrou-se a produção de 14 milhões de toneladas de cana-de-açúcar no Brasil. A área plantada correspondeu a 5,5 milhões de hectares, o que levou o Brasil a uma posição de liderança, tanto como produtor de álcool quanto como usuário do combustível (não somente puro, mas também misturado à gasolina).
Segundo maior produtor de álcool do país, o Paraná possui 27 unidades produtoras (industrialização). ?O estado espera dobrar a sua produção de álcool em cinco anos, com investimentos na ampliação das usinas e na construção de novas unidades relacionados ao aumento da área de cultivo da cana-de-açúcar?, diz Sabine Oliveira.
Outro destaque paranaense é a usina Hidrelétrica de Itaipu Binacional. Situada no Rio Paraná, a usina é a maior em produção de energia no mundo. É responsável pelo suprimento de 95% da energia elétrica consumida no Paraguai e por 24% da demanda brasileira.