A inflação medida pelo IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15) registrou alta de 0,56% em outubro. Os combustíveis foram responsáveis por cerca de 70% do índice do mês, o equivalente a 0,38 ponto percentual. Em setembro, o índice havia apurado alta de 0,16%. Na Grande Curitiba, a inflação foi a segunda maior do País, 0,65%, atrás apenas de São Paulo, que registrou aumento de 0,82%.
Em nível nacional, a gasolina representou o principal impacto individual no índice: 0,31 ponto percentual. Juntos, os combustíveis tiveram alta de 7,11%. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o efeito do reajuste autorizado pela Petrobras em setembro, de 10% nos preços de venda da gasolina nas refinarias, foi absorvido quase que na totalidade nos pontos de distribuição. Em razão disso, o litro ficou, em média, 7,17% mais caro.
Já em Curitiba, os combustíveis tiveram alta de 6,74% – índice pouco menor do que a média nacional de 7,11%. A gasolina também registrou variação menor (de 6,50%), enquanto o álcool combustível teve aumento maior: de 7,59% contra 6,58% na média nacional.
Entre as regiões pesquisadas pelo índice, a única a verificar queda no preço da gasolina foi Goiânia, onde o produto ficou 0,69% mais barato por litro. Nas demais regiões, os percentuais de aumento variaram entre 4,73% no Rio de Janeiro e 12,24% em Salvador.
O segundo maior impacto individual no índice também veio dos combustíveis. Após a alta no atacado, o álcool passou a custar 6,58% a mais e contribuiu com 0,06 ponto percentual na formação da taxa deste mês. A região metropolitana de Fortaleza chegou a apresentar queda de 0,46% nos preços, mas as demais regiões ficaram entre o leve recuo de Salvador, onde os preços caíram 0,02% e a forte alta verificada em São Paulo, onde o produto subiu 11,91%.
No setor alimentos e bebidas, o frango apresentou alta significativa de 7,44% em Curitiba. Por outro lado, tiveram queda a manga, (-20,85%), batata-inglesa (-10,25%), repolho (-10,51%), cenoura (-7,53%). O setor ficou praticamente estável, com alta de 0,02%. Já em nível nacional, os alimentos tiveram queda de 0,15%.
Outros segmentos que apresentaram aumento de preço em Curitiba foram mobiliário (0,74%), vestuário (0,72%), remédios (1%), habitação (0,12%), artigos de limpeza (0,33%), transportes (1,94%). Já aparelhos de TV, som e informático registraram queda de 2,19% nos preços.
Em nível nacional, outros itens que influenciaram o comportamento do índice neste mês foram: condomínio (0,81%), plano de saúde (0,95%), automóveis usados (1,02%), empregado doméstico (1,12%), taxa de água e esgoto (1,17%) e passagens aéreas (4,28%).
Regiões
Entre as regiões metropolitanas, o maior resultado foi registrado em São Paulo (0,82%) em razão da alta dos alimentos, de 0,24%, e da taxa de água e esgoto, de 4,78%. A menor taxa foi registrada no Rio de Janeiro (0,18%).
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 4,66%, e, nos últimos 12 meses, alcança 6,21%. O IPCA-15 funciona como uma prévia do IPCA (índice utilizado como referência para a meta de inflação e que influencia as taxas de juros). O índice se refere a famílias com rendimento entre um e 40 salários mínimos e abrange Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador, Curitiba, Brasília e Goiânia.
Segunda Prévia do IPC aponta queda
O índice de inflação em Curitiba apresentou ligeira queda na segunda semana de outubro, fechando em 0,38% contra 0,40% da semana anterior. O Ipardes divulgou ontem a segunda prévia do Índice de preços ao Consumidor (IPC) do mês de outubro na capital, para famílias que recebem de um a 40 salários mínimos. A pesquisa foi realizada nos 30 dias que antecedem 15 de outubro.
O grupo transporte e comunicação, que representa 24,5% do peso do índice, teve alta de 1,49%. Gino Schlesinger, economista e técnico do Ipardes, explica que devido ao grande peso exercido pelo grupo e a variação de preços apresentada, este foi o de maior influência na segunda prévia do mês. ?Se não houvesse alterações nos preços referentes ao grupo, a prévia ficaria em 0,02%?, explica.
Os itens que mais contribuíram, individualmente, também fazem parte do grupo. São eles: automóvel de passeio e utilitário usado (4,32%), gasolina (5,04%), álcool combustível (9,30%).
Também em alta, saúde e cuidados pessoais foi a segunda maior influência para a segunda prévia do IPC de outubro, variando 2,10%. O peso do grupo no índice é de 10,5%, o que justifica o fato de ter exercido menor influência que o grupo anterior, apesar de ter tido variação maior.
Já alimentos e bebidas apresentou queda pela 17.ª semana consecutiva, fechando em 0,41%, o que não permitiu que a inflação fosse mais elevada. Fazem parte do grupo os itens com queda que mais pressionaram o resultado da segunda prévia do IPC: batata-inglesa (-17,71%) e leite (-3,35%).