A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou de 0,28% em agosto para 0,26% em setembro, no menor nível desde setembro do ano passado, quando o índice havia avançado 0,18%. A informação foi divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Já a Grande Curitiba saiu de uma deflação de 0,22% em agosto para alta de 0,45% em setembro. Os combustíveis figuraram como o principal vilão, com alta de 4,73% nos preços – bem acima da variação de 0,69% registrada na média nacional.
Na Grande Curitiba, a gasolina ficou 4,69% mais cara na comparação com agosto. No caso do álcool combustível, a alta foi ainda maior, de 5,80%. Em contrapartida, os alimentos ajudaram a aliviar o bolso do consumidor, com queda de 0,55% – em agosto, o recuo havia sido de 0,24%. Entre os grupos que tiveram redução nos preços estão o de tubérculos, raízes e legumes (-16,19%), hortaliças e verduras (-4,85%) e leite e derivados (-3,14%).
Por outro lado, houve alta de 0,18% no grupo habitação – com variação de 1,69% nos artigos de limpeza -, 0,02% de aumento nos artigos de residência – com queda de 0,89% no mobiliário e alta de 4,36% em artigos de cama, mesa e banho -, 0,51% de aumento em saúde e cuidados pessoais, com alta de 1,68% nos remédios.
País
Em nível nacional, o IPCA acumula alta de 4,76% no ano e de 6,25% nos últimos 12 meses. A coordenadora de índices de preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, disse que a taxa acumulada nos últimos 12 meses vem decrescendo desde agosto, basicamente por causa dos recuos de preços dos alimentos.
Os produtos alimentícios registraram deflação de 0,27% no mês passado, mais intensa do que a queda apurada em agosto, de 0,18% Já os não alimentícios registraram alta de 0,42% em setembro, na mesma variação de agosto.
Segundo Eulina, o efeito da queda nos preços dos produtos alimentícios em setembro não foi ainda mais forte na inflação do mês passado porque outros grupos mostraram aceleração de preços, como artigos de residência (0,23% em agosto e 0,37% em setembro); vestuário (0,39% para 0,70%); saúde e cuidados pessoais (0,32% para 0,46%); despesas pessoais (0,73% para 0,80%) e transportes (0,06% para 0,39%).
Alta do dólar
Indagada se essas acelerações em alguns grupos pesquisados mostram influência da alta do dólar na inflação de setembro, Eulina disse ser possível, apesar de ressaltar que os dados não mostram claramente esses efeitos.
“Ainda não está claro se há alguma influência do dólar nesses reajustes, talvez exista alguma (influência) em artigos de residência e vestuário, mas ainda é difícil observar (esse efeito)”, afirmou.
Eulina disse que os efeitos do dólar sobre o IPCA costumam ocorrer primeiro nos produtos alimentícios e artigos de limpeza e cuidados pessoais. Sobre a inflação em outubro, ela disse que as principais pressões virão dos reajustes dos preços de cigarros e na tarifa de água e esgoto em São Paulo.
O IPCA é o índice oficial utilizado pelo Banco Central para cumprir o regime de metas de inflação. O centro da meta de inflação para 2008 foi estabelecido em 4,5%, com margem de tolerância de dois pontos porcentuais para cima ou para baixo.
INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para a camada de renda mais baixa da população, caiu para 0,15% em setembro, ante alta de 0,21% em agosto. No ano, o INPC acumula alta de 5,25% e nos últimos 12 meses até setembro, de 7,04%.