Curitiba fechou o mês de abril com inflação de 1,14%. É a maior alta desde junho do ano passado, quando o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) para famílias que recebem até 40 salários mínimos foi de 1,27%. Em abril, o grupo Vestuário foi quem puxou a alta, com elevação de 4,79%, seguido por Alimentos e Bebidas (1,12%). Em março, o IPC ficou em 0,66%. Os dados foram divulgados ontem, pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).
Todos os sete grupos que compõem o IPC apresentaram alta no mês. Com o resultado de abril, o acumulado da inflação no ano está em 2,36% e, dos últimos 12 meses, em 8,48%.
De acordo com o economista Gino Schlesinger, do Ipardes, apesar da elevação, os índices atuais são menores do que os registrados no ano passado. Em abril de 2004, o IPC ficou em 1,44%, enquanto o acumulado nos quatro primeiros meses era de 4,18% – quase o dobro do acumulado este ano.
No grupo Vestuário, os itens que mais pressionaram a inflação foram blusa feminina (alta de 16,56%), sapato feminino (10,13%) e conjunto infantil (18,54%). Os aumentos se devem sobretudo à entrada da coleção outono/inverno.
Também o grupo Alimentos e Bebidas pressionou a inflação no mês. A maior alta foi verificada no leite pasteurizado (6,58%) – por conta do período de entressafra -, batata-inglesa (15,63%), café em pó (5,07%) e pão francês (2,48%), que subiu pressionado pela farinha de trigo (alta de 7,07%). Entre os produtos in natura, houve aumento significativo da couve-flor (34,05%) e da uva (26,15%).
No grupo Saúde e Cuidados Pessoais, onde a alta foi de 1,18%, um dos itens que mais contribuíram para o índice foi o plano de saúde (3,48%). Também apresentaram aumento os produtos farmacêuticos (1,96%).
Já a elevação do preço do automóvel de passeio e utilitário usado (1,25%), álcool combustível (6,80%) e passagem de avião (10,06%) pressionou o grupo Transporte e Comunicação, que fechou com alta de 0,69%. No grupo, a gasolina e pintura de veículo apresentaram quedas de 2,34% e 6,10%, respectivamente.
No grupo Despesas Pessoais contribuíram para a alta de 1,04% as casas noturnas (aumento de 6,37%), ingresso para futebol (24,67%), excursão turística (6,87%) e cabeleireiro (-1,56%).
Houve aumento ainda no grupo Habitação (0,68%), por conta especialmente da alta média de 2,32% no condomínio. Em Artigos de Residência (0,56%), apresentaram aumento artigos de cama, mesa e banho (2,13%) e eletrodomésticos e equipamentos (1,11%). Em queda, destaque para consertos de móveis (-2,95%) e de eletrodomésticos (-1,84%).
Maio também deverá ter percentual elevado
Para maio, a expectativa é de nova alta na inflação, mas em patamares menores do que apresentou abril. ?Historicamente, maio apresenta inflação menor do que abril. Além disso, em maio não há qualquer pressão especial, a não ser a gasolina, que voltou a subir nos últimos dias?, apontou o economista Gino Schlesinger. Na última semana, o preço do litro da gasolina comum em Curitiba passou de R$ 2,21 para R$ 2,37 em diversos postos, por conta da queda da liminar que tabelava o lucro dos donos de postos em até 11% sobre a gasolina e 30% sobre o álcool. ?O que a gente não sabe é se esses novos preços vão se manter.? Segundo Schlesinger, uma alta de 16% no preço da gasolina contribui com 0,15 ponto percentual sobre a inflação.
Também em maio pode pesar negativamente sobre o índice uma ligeira queda no preço da energia elétrica. É que o seguro-apagão teve uma redução de 11%. ?É uma queda, mas vai representar muito pouco na conta?, esclareceu Schlesinger. Outros setores, como Vestuário e Alimentos e Bebidas, que pressionaram a inflação de abril, também devem fechar em índices mais baixos. A previsão, de acordo com o economista, é que a inflação situe entre 0,70% e 0,80% em maio.
O IPC calculado pelo Ipardes é divulgado mensalmente e está disponível no site www.ipardes.gov.br. Para o período de referência, foram coletados 80 mil preços de 340 produtos e serviços – 208 apresentaram aumento, 29 estabilidade e 102 queda no preços. (LS)
