Curitiba perdeu 8.798 vagas de emprego em dezembro, resultado da crise econômica mundial, queda de 1,48% na comparação com o mês anterior (novembro).
Foi o pior resultado da capital, no mês, nos últimos nove anos. No acumulado do ano, porém, o resultado foi positivo: abertura de 28.212 novos empregos formais, o que representa acréscimo de 5,12% na comparação com o ano anterior, o terceiro melhor resultado desde 1999.
Os números foram divulgados ontem pela Secretaria Municipal do Trabalho e Emprego da prefeitura da capital e pelo Departamento Intersindical de Estatísticas Estudos Socioeconômicos (Dieese).
De acordo com o levantamento, o volume de demissões de dezembro seguiu a tendência dos meses anteriores (27.922). O que pesou foi o baixo número de contratações (19.124). O saldo do mês fica atrás apenas de dezembro de 2007 (30.572) e de dezembro de 2006 (29.414).
O secretário do Trabalho de Curitiba, Jorge Bernardi, explica que em dezembro, tradicionalmente cai o número de empregos formais, quando cresce o uso de trabalhadores temporários. Contudo, esse dezembro foi atípico. “Foi o pior dezembro desde o início dos estudos, em 1999. Se não fosse esta queda, 2008 bateria todos os recordes positivos”, comenta.
Com o resultado, a capital fechou o último ano com 579.727 trabalhadores na ativa com carteira assinada, queda de -1,49% na comparação com o ano de 2007, quando registrou 588.525 trabalhadores formais.
Bernardi ressalta que, mesmo significativa, a queda de vagas em dezembro na capital foi menor do que o verificado em todo o Estado (-2,34%) e na região metropolitana (-1,58%). Isso porque, segundo o secretário, os setores que mais demitiram no período estão fora de Curitiba.
Na capital, as maiores perdas em dezembro foram concentradas nos setores de serviços e indústria de transformação, que juntos acumularam um saldo negativo de 6.180 vagas.
A maior variação negativa, no entanto, foi da construção civil. Em dezembro, as vagas no setor encolheram 4,4% – cerca de 1,2 mil vagas a menos. O mesmo setor, porém, foi o que mais cresceu no ano, com variação de 14,43%.
Para Bernardi, o volume de demissões da construção em dezembro é mais um reflexo da crise. “As pessoas pararam de comprar imóveis. Acredito que estão esperando que a crise faça cair os preços. Com isso as empresas não estariam vendendo e desligando pessoas”, afirma.
Para a economista do Dieese, Lenina Formaggi, o saldo do emprego na capital e no Paraná deve ser positivo em 2009. Segundo ela, o nível de emprego deve registrar uma melhora já em março. Melhora que deve se acentuar no segundo semestre.
“O olho do furacão já passou. Hoje existem sinalizadores, como a queda da taxa básica de juros do Banco Central, com os quais os empresários podem ficar mais tranquilos”, afirma.