Por que parou?

Curitiba já passou por quatro grandes greves neste ano

 

Somente no início deste ano, os curitibanos foram afetados por quatro greves de trabalhadores. Os vigilantes que atuam no transporte de valores; motoristas e cobradores do transporte coletivo; servidores municipais da Saúde; e professores da rede municipal de ensino cobraram melhores salários e condições de trabalho. E ainda houve ameaças, como dos vigilantes patrimoniais e por parte dos policiais paranaenses. Uma paralisação só não aconteceu na Polícia Civil porque a Justiça barrou o movimento.

Seja por poucos ou muitos dias, as greves pressionam o empregador e normalmente dão resultados a curto prazo. No entanto, cada vez mais há diálogo e entendimento sem que seja necessário cruzar os braços. Isso acontece principalmente em categorias com grande número de trabalhadores e com sindicatos fortes. “Categoria unida consegue bons resultados”, garante Paulo Sérgio Gomes, presidente do Sindicato dos Empregados em Empresas de Transporte de Valores e Escolta Armada do Estado do Paraná (Sindeesfort-PR).

A maioria dos trabalhadores conseguiu aumentos reais nos salários desde 2004, que em média chegam a 1,5% ao ano. As greves podem potencializar estes ganhos acima da inflação. Tudo vai depender de como tradicionalmente o empregador se comporta. “Algumas categorias só conseguem avanços com as greves, como é o caso dos bancários. Deve ser analisado caso a caso. Não está ocorrendo um monte de greves”, comenta Sandro Silva, economista do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no Paraná.

Desde 2004 os bancários de Curitiba entram em greve todos os anos. O presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Otávio Dias, lamenta a postura do setor financeiro, um dos mais lucrativos no País. De acordo com ele, não haveria necessidade de greve, mas foi o único jeito que restou nos últimos oito anos. No ano passado, a greve dos bancários durou 20 dias. A proposta inicial dos bancos era de 7,8% de reajuste salarial e o acordo fechou em 9%. “O que temos de mais precioso na nossa categoria é uma convenção coletiva nacional. Esta organização nacional faz com que a mobilização aconteça em todo o País”, ressalta Dias.

De acordo com Sandro Silva, a atual conjuntura econômica do País acaba encorajando os trabalhadores a fazer o movimento por melhores salários e condições de trabalho. Se a pressão não vier com a greve, pode chegar com paralisações pontuais, que já vêm ocorrendo com certa frequência.

Gerson Klaina e Marcos Borges

 

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