Curitiba fecha fevereiro com inflação perto de zero

Curitiba fechou o mês de fevereiro com inflação praticamente nula, segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) divulgado ontem pelo Ipardes. O índice, válido para famílias que recebem de um a 40 salários mínimos, fechou o mês em 0,02%, valor 0,50 ponto percentual menor que o calculado em janeiro (0,52%). O acumulado do ano está em 0,54% e dos últimos 12 meses (de março de 2004 a fevereiro de 2005) em 8,60%.

Segundo a coordenadora do projeto IPC, Maria Luiza de Castro Veloso, o grupo que mais pressionou o índice do mês foi transporte e comunicação, com alta de 0,60% nos preços de seus produtos e serviços, contribuindo com 0,15 ponto percentual para o índice geral. Se o grupo tivesse se mantido estável, explica a coordenadora, Curitiba teria deflação em fevereiro, fechando o mês em – 0,13%.

Pesos

Os principais responsáveis pelo comportamento do grupo foram, com alta: automóvel de passeio e utilitário usado (1,96%) – item de maior contribuição positiva no índice -, automóvel de passeio nacional zero quilômetro (1,47%), automóvel de passeio importado zero quilômetro (6,25%), conserto de veículos (2,01%), seguro voluntário de veículo (9,06%) e IPVA (8,99%). Com queda, destacam-se: tarifa de ônibus urbano (5,13%), gasolina (2,67%) e álcool combustível (2,54%).

Também com alta de preços, o grupo artigos de residência ficou em 0,47%, destacando-se a alta no preço do item roupa de cama (9,79%) e queda do item microcomputador (4,33%).

Já o grupo alimentos e bebidas fechou fevereiro com queda de 0,10%, diferentemente da alta de 1,12% apresentada em janeiro. Contribuíram para o resultado: frango inteiro resfriado (-11,26%), leite pasteurizado (-2,02%), banana caturra (-14,80%) e margarina vegetal (-8,35%). Com alta, destacam-se: tomate (37,44%) e batata-inglesa (9,68%).

Outro grupo com queda nos preços foi vestuário, que variou -1,30%, pressionado, principalmente, pelos itens: blusa feminina (-8,74%), vestido para adulto (-18,16%), camisa masculina (-4,81%) e calça comprida masculina (-4%).

Saúde e cuidados pessoais teve variação de -0,30%, influenciado pelas quedas dos itens medicamento vasodilatador (4,11%) e óculos de sol (9,34%) e pela alta do item plano de saúde, que subiu em média 1,30%.

O grupo despesas pessoais também teve queda nos preços de seus produtos, variando – 0,16% em fevereiro. Os itens com queda de preços que mais se destacaram foram: excursão não-escolar (21,42% – item com a maior contribuição entre todos os pesquisados pelo IPC, – e casas noturnas (4,61%). Com alta: diarista (2,80%), ingresso para futebol (15,48%) e empregada doméstica (1,45%).

Habitação apresentou estabilidade em seus preços, variando apenas 0,03%. Para este resultado, contribuíram: energia elétrica residencial (0,87%) e condomínio (-1,83%).

Previsão

Para o mês de março, a expectativa é que a inflação chegue próximo a 1%. Devem pesar no índice a alta da gasolina – preço médio subiu 10,5% -, o vestuário, com a chegada da nova coleção, além do impacto do aumento da energia elétrica e água e esgoto. ?Março tende a ser um dos piores meses do ano?, afirmou o economista Gino Schlesinger. Outro grupo que também pode subir é o de alimentos e bebidas.

O Índice de Preços ao Consumidor, medido pelo Ipardes, é divulgado mensalmente e está disponível no site do instituto, www.ipardes.gov.br. Para o período de referência, foram coletados aproximadamente 80 mil preços de 340 produtos e serviços.

Taxa de desemprego cai para 7,7%

A taxa de desemprego em janeiro na região metropolitana de Curitiba foi de 7,7%, correspondendo a 110 mil desocupados, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego, divulgada ontem pelo Ipardes. Realizada em parceria com o IBGE, a pesquisa indica que a RMC continua com uma das menores taxas de desocupação, ficando atrás apenas da região de Porto Alegre (7%) e Rio de Janeiro (7,4%).

Além disso, a taxa da RMC foi menor que a média calculada para as seis regiões metropolitanas brasileiras pesquisadas pelo IBGE, que em janeiro foi de 10,2%. A maior taxa foi registrada na região de Salvador (15,8%), seguida por Recife (12,2%), São Paulo (11,1%) e Belo Horizonte (9,85).

A PME estimou em 2,398 milhões o número de pessoas com dez anos ou mais de idade e que compõem a População em Idade Ativa (PIA) na grande Curitiba, sendo que destas, 1,430 milhão eram economicamente ativas (PEA), correspondendo a 59,6% do total dessa população. A diretora do Centro Estadual de Estatística, Sachiko Araki Lira, explica que a PEA apresentou variação positiva de 0,8% em relação ao mês de dezembro de 2004.

Grupo de atividade

Os setores que apresentaram acréscimo no número de pessoas ocupadas em relação a dezembro de 2004 foram: ?indústria extrativa e de transformação, produção e distribuição de eletricidade, gás e água? (6,8%), ?intermediação financeira e atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas? (3,3%), ?comércio, reparação de veículos automotivos, de objetos pessoais e domésticos? e ?comércio varejista de combustíveis? (1,4%).

Por outro lado, houve grupos que apresentaram redução no número de ocupados, como ?construção civil? (4,6%), ?administração pública, defesa, seguro social, educação, saúde e serviços sociais? (4,6%) e ?outros serviços? (2,8%).

O grupamento ?serviços domésticos? manteve-se constante quanto ao número de ocupados se comparado ao mês de dezembro. Quanto ao número de ocupados, 73,1% (965 mil) estavam na condição de empregados, 19,1% (251 mil) trabalhavam por conta própria e 5,8% (76 mil) eram empregadores.

O número de empregados com carteira assinada cresceu 4,3% em relação a dezembro, enquanto o número dos sem carteira assinada caiu 6,1%. Já o número de trabalhadores por contra própria apresentou redução de 5,6% e o número de empregadores cresceu 5,6%.

Sachiko enfatiza ainda que o número de empregados com carteira assinada cresceu 6,5% em janeiro, o que significa 40 mil pessoas a mais nessa categoria. Também houve acréscimo de 7% no número de empregadores e decréscimo de 0,9% no número de trabalhadores sem carteira assinada e de 4,6% daqueles que trabalhavam por conta própria.

O rendimento médio real habitualmente recebido no mês de janeiro de 2005 pelas pessoas ocupadas foi de R$ 883,30, valor 2% maior do que o recebido pelas pessoas ocupadas no mesmo período de 2004.

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