IBGE

Curitiba está entre os 4 maiores PIBs do país

Curitiba é a quarta cidade que mais contribui com o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Com 1,4% de contribuição, a capital paranaense só perde para São Paulo (11,8%), Rio de Janeiro (5,1%), Brasília (3,9%) e empata com Belo Horizonte. Os dados fazem parte da pesquisa PIB de municípios 2008, cujos resultados foram divulgados hoje (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. As mesmas capitais aparecem entre os seis municípios com maiores PIBs desde o início dos levantamentos, em 1999.

Apenas seis dos 5.564 municípios brasileiros geravam aproximadamente um quarto de toda a renda do país em 2008 (R$ 3,031 trilhões). Se a lista for ampliada para 51 cidades, chega-se à metade do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, que é a soma dos bens e serviços produzidos no país. Por outro lado, é necessário contabilizar a renda gerada por 1.313 municípios da base do ranking para se alcançar 1% do total da riqueza nacional.

De acordo com a coordenadora do levantamento, Sheila Zani, os números revelam que ainda existe forte concentração de renda no país. “Observamos que em toda a série da pesquisa, desde 1999, há uma enorme concentração, sem alterações significativas entre os municípios que têm as maiores participações no PIB. Mesmo entre aqueles que lideram a lista há grandes diferenças”, afirmou.

Em relação ao ano anterior, o levantamento aponta que São Paulo e Rio de Janeiro, embora tenham se mantido na liderança, perderam participação percentual em relação ao país. Em 2007, São Paulo era responsável por 12,1% de toda a geração de renda no país, e a capital fluminense por 5,3%.

Sheila Zani afirmou que a perda de participação da capital paulista pode ser explicada, em parte, pelo desempenho do setor financeiro. O estado paulista detém 51% do valor dos serviços financeiros do país, sendo boa parte concentrada na capital.

“Embora o volume do setor financeiro tenha aumentado muito em 2008, o diferencial de juros cobrados pelos bancos caiu muito, já que para fazer frente à crise financeira no segundo semestre de 2008, o governo abriu crédito, mas diminuiu a margem de juros dos bancos e reduziu tarifas bancárias nos bancos públicos. Isso causou um efeito dominó, atingindo também os bancos privados e impactou muito o município de São Paulo”, afirmou.

A coordenadora da pesquisa também destacou que o ano de 2008 não foi bom para a indústria da capital paulista, pois os setores que mais cresceram foram os que estão fora do município, em cidades do interior do estado, como o automobilístico e o de extrativismo mineral.

Ainda de acordo com o levantamento, no caso do Rio de Janeiro, a perda de participação pode ser explicada principalmente pela queda no setor de energia elétrica e pelo maior crescimento dos municípios do norte fluminense, impulsionados pelo desempenho da extração de petróleo.

“As tarifas de energia elétrica tiveram queda de 4,1%, o que causou impacto na economia da capital fluminense. Além disso, a indústria extrativa, que não está presente na capital, cresceu bastante em 2008. Por isso, esse resultado está muito mais ligado ao desenvolvimento de outros municípios do estado do que propriamente a perda da capital”, explicou.

Brasília, terceira colocada na lista, sofreu pequeno ganho de participação, de 3,8% para 3,9% entre 2007 e 2008, influenciado por reajustes salariais, o que também impulsionou o comércio.

Na outra ponta, entre os cinco municípios de menor PIB, todos nas regiões Norte e Nordeste, estão: Areia de Baraúna (PB), São Luis do Piauí (PI), São Feliz do Tocantins (TO), Santo Antônio dos Milagres (PI) e São Miguel da Baixa Grande (PI). Juntas, as economias dessas cidades representavam aproximadamente 0,001% do total do país.

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