Cultivo de mexilhão tem resultados positivos

O Programa Paraná 12 Meses, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado, apresenta amanhã, em Pontal do Paraná, os primeiros resultados do cultivo experimental de vieiras e mexilhões em mar aberto. Cerca de oito toneladas do produto deverão ser retiradas do mar. O secretário de Agricultura e Abastecimento, Orlando Pessuti, vai acompanhar, às 14h, a primeira colheita a bordo de um barco. Os resultados positivos do projeto serão comemorados em um jantar à base de frutos do mar, às 19h, no Iate Clube Pontal do Sul.

O projeto, operacionalizado em novembro do ano passado, tem o objetivo de aumentar a renda das famílias que sobrevivem da pesca, dando a elas a possibilidade de trocar o processo extrativista – no caso dos mariscos feito com facas e espátulas artesanais, pelo cultivo de organismos marinhos. Ao mesmo tempo, viabilizar condições da maricultura sustentável, que não compromete o meio ambiente. Os estudos foram feitos pelo Centro de Estudos da Pesca, da Universidade Federal do Paraná, em parceria com o Instituto Ecoplan, instituições públicas e ONGs de todo o país, além da Marinha e Associação de Pescadores.

Sucesso

Esta é a primeira experiência do cultivo de organismos marinhos em mar aberto. Até então o cultivo só tinha acontecido em baías. Os pesquisadores acreditam que o mar aberto oferece condições mais favoráveis para o desenvolvimento dos organismos. A quantidade prevista de colheita, de oito toneladas de mexilhões e vieiras, desenvolvidas em sete meses, levou os técnicos a concluírem a experiência como viável.

De acordo com a responsável pela linha de estudos e projetos do Programa Paraná 12 Meses, Viviane Rosseto, três novas áreas de cultivo estão previstas para entrar em operação ainda este ano em Pontal. “O ponto de partida é o zoneamento dessas áreas. É um projeto já previsto no Programa Paraná 12 Meses e deverá ser implementado em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente, Agência Mesorregional de Desenvolvimento Vale do Ribeira-Guaraqueçaba e PUCPR”, afirma.

“A intenção do projeto é viabilizar uma alternativa de renda para os pescadores que não têm como competir com a pesca industrial. Ao mesmo tempo, testar uma tecnologia sustentável de maricultura como alternativa produtiva para o Litoral do Paraná”, argumenta o biólogo Germinal Pocá, do Instituto Ecoplan. “A maricultura tem sido tratada como uma alternativa técnica e econômica ao atendimento da demanda comercial e à preservação dos estoques naturais dos recursos pesqueiros não só no Brasil mas em todo o mundo”, informa.

Para entender o projeto

– Em uma região próxima a costa (1 milha) foi delimitada uma área quadrilátera com 20 estruturas anti-arrasto.

– Dentro do quadrilátero foi instalada uma estrutura construída com tambores de metal e barras de ferro que serviram de apoio para as caixas de cultivo das vieiras e um módulo de 10 linhas de cultivo de mexilhão.

– Nas linhas de cultivo foram amarradas pencas de cultivo de mexilhões com 1,5 metros de comprimento.

– As pencas foram preenchidas com sementes (organismos em estado larval) de mexilhões em uma densidade de 1 kg por metro.

– O prazo para o desenvolvimento em cultivo dura, em média, cerca de sete meses, quando os mexilhões, adultos, estão prontos para serem coletados.

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