Barato pode sair caro!

Cuidado com o câmbio ao comprar em sites do exterior

Preços atraentes e boa qualidade dos produtos. Esses são os motivos que fazem os consumidores brasileiros optarem cada vez mais pelas compras em sites internacionais. Segundo números dos Correios, em 2013 as remessas aumentaram 44% em relação ao ano anterior, número que deve ser ainda maior em 2014. Somente nos seis primeiros meses deste ano, as compra pelas internet ultrapassaram 10 milhões de encomendas. No entanto, para garantir que a compra saia dentro do planejado, é preciso seguir alguns passos e dicas.

A analista de marketing Clarissa Kravicz é compradora fiel dos sites internacionais. Ela afirma que costuma comprar roupas de crianças e pequenos aparelhos eletrônicos e sempre procura ficar de olho no preço do dólar antes de adquirir seus produtos. “Compro sempre no mesmo site, que é de confiança e pelo boleto. Então, pesquiso sempre como está o câmbio antes de fechar a compra”, diz.

Clarissa explica que quem pretende começar a fazer comprar precisa estar atento aos prazos de entrega. “Normalmente ocorre em até 45 dias, mas isso pode demorar mais por causa dos trâmites nos Correios. Eu esperei mais de dois meses por uma encomenda. Estou com uma compra parada há quase seis meses já. Por isso não compro nada acima de 30 ou 40 dólares, pra evitar maiores perdas”, diz.

A jornalista Bruna Corcini Kalabaide também se diz consumidora fiel dos sites de compras internacionais, mas afirma que recentemente diminuiu o ritmo de compras. “Estão taxando muita coisa que não deveriam taxar. Já fiz várias compras abaixo de 50 dólares, que é o limite e mesmo assim fui taxada. Mas às vezes vale a pena correr o risco, pois mesmo com a taxa, o produto sai mais em conta do que no Brasil”, afirma.

Bruna também recomenda comprar em sites de confiança e ficar de olho no preço do dólar. “Sempre compro em dois sites conhecidos e que nunca falharam. E estou sempre de olho no câmbio, até porque faço as compras no cartão, que cobra o câmbio do dia da fatura e não o valor do dólar do dia da compra”, ressalta.

Receita de olho

Advogado especialista em direito tributário, Cezar Augusto Cordeiro Machado afirma que com esse aumento no volume de compras de brasileiros em sites internacionais, a Receita Federal passou a intensificar a fiscalização desse tipo de importação. Ele ressalta as regras de taxação. “É sempre importante lembrar que produtos com valor superior a US$ 50, o equivalente a R$ 120 aproximadamente, estão sujeitos à cobrança de impostos de importação de 60%. Nesses casos, a encomenda deve ser retirada nos Correios, após o pagamento do tributo”, explica.

Machado ressalta que o histórico do importador é fator preponderante nas ações de fiscalização por parte da Receita Federal. “Alguns importadores recebem seus produtos de pessoas jurídicas ou com valores declarados modificados para tentar driblar a regra, mas a Receita Federal se baseia nos hábitos de consumo para taxar”, destaca.

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