Com o reajuste de 0,35% registrado no mês de dezembro, o Custo Unitário Básico (CUB) da construção civil calculado pelo Sinduscon-PR (Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná) fechou o ano de 2003 com aumento acumulado de 15,3%.
O reajuste do custo da construção superou o índice de inflação medida pelo IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado), da Fundação Getúlio Vargas, que ficou em 8,71% no ano passado. Já em 2002, o comportamento do índice de custo da construção foi diferente. Enquanto o CUB-PR acumulou aumento de 12,02%, a inflação medida pelo IGP-M saltou para o patamar de 25,31% até o final de 2002.
A alta do CUB-PR no ano passado foi pressionada pelos custos com a mão-de-obra e encargos sociais do setor da construção, que tiveram aumento médio de 20,25%. De acordo com o presidente do Sinduscon-PR, Ramon Andres Doria, “a forte aceleração da inflação no segundo semestre de 2002 acabou por se refletir nos preços do setor em 2003, puxando para cima o índice de correção aplicado nos salários dos trabalhadores no mês de junho, data-base da construção civil paranaense”.
Os materiais de construção tiveram reajuste médio de 9,83% em 2003. “O comportamento dos preços nos últimos meses confirma a tendência de estabilidade que é esperada pelo setor”, afirma o presidente do Sinduscon-PR. Ele lembra que, no ano passado, apesar da retração na atividade e na redução na demanda de insumos da construção, “houve forte reajuste de preços em muitos produtos que têm peso significativo na composição de custos do setor”.
Segundo o Sinduscon-PR, dos 40 materiais pesquisados para o cálculo do CUB-PR, pelos menos 20 itens tiveram reajustes acima da inflação registrada no período (IGP-M de 8,71%). Estão nesta lista o aço CA-50 para concreto com aumento de 22,14%; vidro 4 mm (19,44%); tijolo de 8 furos (16,67%); areia para concreto (15,79%); tubo de PVC para esgoto (15,03%); cimento portland (14,66%); produtos cerâmicos e madeiras, entre outros.
O custo médio representativo da construção habitacional (padrão H8-2N, para imóveis em prédio de oito pavimentos, dois quartos e padrão normal de acabamento), computados apenas materiais e mão-de-obra, passou para R$ 728,94 o metro quadrado em dezembro.