Críticas aos juros partem de dentro do governo

O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, e o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), se reuniram ontem e saíram atirando nas taxas de juros e na queda do dólar. No momento em que a grande maioria da apostas é de que o Banco Central elevará novamente a taxa básica em 0,25 ou 0,50 ponto percentual na próxima reunião do Copom, Furlan fez um apelo pela queda dos juros, para permitir que o País continue crescendo.

"Ultrapassado o período em que foram necessárias algumas precauções que foram tomadas e surtiram efeito, nós não podemos ficar aguardando que o gerenciamento da economia seja feito pela inércia. Temos que pensar que o Brasil não precisa ser eternamente um país com juros altos", afirmou o ministro do Desenvolvimento.

Mercadante disse que a atual taxa de câmbio é preocupante porque pode prejudicar o desempenho da balança comercial. Ele afirmou que a queda das taxas de juros seria uma boa medida "para fazer o câmbio encontrar seu ponto de equilíbrio".

"A taxa de câmbio começa a dar sinais de preocupação a médio prazo em relação ao saldo comercial, que é essencial para a estratégia de crescimento sustentado e de redução da vulnerabilidade externa", afirmou, salientando que a queda dos juros pode ajudar a reverter o processo de valorização do real.

Furlan disse que cabe a ele pedir medidas que ajudem o desenvolvimento, e justificou-se: "Meu guarda-chuva chama-se desenvolvimento e, se eu não falar em desenvolvimento, quem vai falar? Então, é parte da minha função provocar os meus colegas e apresentar propostas e fazer a legítima pressão para que o desenvolvimento ocorra", disse.

"O Banco Central reagiu aos choques externos da cadeia do petróleo e do aço e elevou os juros. Esse choque já passou. Portanto, nós temos condições de retomar a trajetória de queda sustentada da taxa de juros", disse Mercadante.

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