O ex-presidente da Petrobras e secretário do Planejamento da Bahia, José Sergio Gabrielli, afirmou que a estatal do petróleo enfrenta um problema de curto prazo e que as críticas feitas à gestão da companhia “são muito mais espuma do que realidade”. Para Gabrielli, a tese de que a Petrobras está descapitalizada “é uma falsa polêmica”, já que os problemas de caixa de empresa ocorrem em boa parte pelo investimento feito para a ampliação da capacidade de refino. “Evidentemente a Petrobras passa por problema de curto prazo, porque investe muito”, disse o ex-presidente, ao chegar ao evento organizado pelo PT em São Paulo para comemorar os 10 anos do partido na Presidência da República.
Gabrielli defendeu a construção de novas refinarias pela Petrobras para suprir o que ele considera um dos maiores gargalos do setor de combustíveis no País, que é atender o crescimento da demanda por gasolina, diesel e óleos, da ordem de 40%, nos últimos três anos. Ele rebateu as críticas do mercado financeiro sobre as margens menores dos investimentos em refino sobre os em produção de petróleo. “A decisão é correta, mesmo que o mercado financeiro, de vez em quando, ache um problema, porque, evidentemente o que dá mais lucro é o petróleo. A Petrobras é uma petroleira, mas também é produtora de derivados e para isso precisa da refinaria”, afirmou.
Retomando o discurso de quando era presidente da companhia, seguido também pela sua sucessora, Graça Foster, Gabrielli defendeu o reajuste da gasolina e do diesel, mesmo com a posição contrária do governo, que é entendida pelo mercado como um modo de controlar da inflação. “A política de preços no longo prazo é estabilizadora e é verdade que em certos momentos cria problemas com o caixa da empresa”, disse. “(Pedir os reajustes) É processo que todo mundo vai ter de tentar”, completou. No último dia 30 entraram em vigor o aumento de 6,6% para a gasolina e de 5,4% para o diesel nas refinarias, mas o mercado julgou o ajuste pequeno ante a defasagem de preços no Brasil em relação ao cotado internacionalmente.
Cotado como candidato do PT à sucessão do governador da Bahia Jaques Wagner, Gabrielli evitou falar sobre política e eleições de 2014. “Ainda é muito cedo para falar nisso”.