O assessor de assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Marco Aurélio Garcia, classificou de ?bobagens? as declarações de representantes de entidades do meio ambiente contra os biocombustíveis e disse que o governo não se sente pressionado.
?Vamos continuar na nossa política. Estamos obtendo cada vez mais adesões a essa política?, disse. ?O governo não é ofendido quando alguns ambientalistas dizem bobagens?.
Após acompanhar encontros e audiências de Lula durante a 5ª Cúpula América Latina, Caribe e União Européia, Marco Aurélio endossou a crítica do presidente a empresas petroleiras internacionais, que estariam em campanha contra o etanol.
?O biodiesel é um fator altamente positivo na preservação ambiental?, ressaltou. ?Há uma campanha das petroleiras a esse respeito, não estamos dizendo que há uma conjunção. O que estamos dizendo é um segredo que só as torcidas do Flamengo e do Corinthians sabem?.
Ele disse que as empresas petroleiras não estão interessadas em combinar biocombustível com derivados de petróleo. ?A única empresa petroleira que está interessada em combinar isso é a Petrobrás?, disse. Marco Aurélio reafirmou a pretensão do governo de fazer uma ?ofensiva? publicitária internacional para desqualificar os argumentos dos ambientalistas contra a produção de etanol, que acarretaria um aumento da taxa de desmatamento.
Adesões
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou o encontro de cúpula para tentar adesões de chefes de Estado aos biocombustíveis. Em encontros privados com líderes europeus e latino-americanos e em declarações públicas, ele argumentou que as críticas ao etanol não têm rigor científico.
O esforço do governo brasileiro em defesa do etanol ocorre paralelamente ao recrudescimento das ações de entidades como o Greenpeace, que estendeu faixas no sítio arqueológico de Machu Pichu, a 1.100 quilômetros de Lima, para protestar contra os biocombustíveis.
O governo marcou para o fim do ano uma conferência sobre biocombustíveis. ?Queremos que venham não só os que estão de acordo, mas os críticos?, disse o assessor. ?Que essa questão seja definitivamente esclarecida do ponto de vista científico?. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
