A Procuradoria da República da Argentina vai pedir à Justiça uma investigação sobre as operações cambiais do Banco Central, segundo anúncio da presidente Cristina Kirchner, durante discurso na tarde desta segunda-feira, na periferia de Buenos Aires. A iniciativa aprofunda a ofensiva do governo contra o presidente destituído do BC, Martín Redrado. Após ter sido impedido pela Polícia Federal de entrar no edifício da instituição, Redrado disse que tem “listas específicas dos amigos do poder que compraram dólares” esquivando-se das restrições legais.
“Instruí a Secretaria Legal e Técnica para que faça uma apresentação perante a Procuradoria e formalize uma denúncia aos promotores de plantão”, disse Cristina, lembrando que o BC é a autoridade monetária responsável por controlar e regular o mercado cambial.
Segundo ela, se há suspeitas de delitos no mercado de câmbio, “é o BC que tem de dar explicações de por que não denunciou”. Para controlar a fuga de capitais, o BC aplica uma série de restrições ao mercado. As declarações de Redrado, publicadas pelo jornal Clarín, sugerem que pessoas ligadas ao governo teriam realizado operações cambiais não permitidas.