O governo da presidente Cristina Kirchner estaria buscando alternativas de financiamento externo paralelas à costumeira compra de títulos da dívida pública argentina realizada pelo governo do presidente Hugo Chávez. A informação, extra-oficial, foi publicada no domingo (24) pelo jornal portenho Clarín, que indicou que o plano do governo é negociar a emissão de um bônus em pesos que conte com o respaldo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) ou do Banco Mundial.
Perante o BID, o governo utilizaria o argumento de que a Argentina, ao longo dos últimos cinco anos pagou mais aos organismos financeiros do que recebeu créditos. A idéia não é desprender-se totalmente da ajuda financeira de Chávez, mas, sim reduzir a dependência que o governo possui do líder venezuelano.
Desde maio de 2005, quando o governo do então presidente Néstor Kirchner – marido da atual presidente – concluiu o polêmico processo de reestruturação da dívida pública com os credores privados, o governo Chávez foi praticamente o único comprador estrangeiro dos bônus da Argentina, país que tornou-se pária dos mercados internacionais desde o calote de 2001. Desde 2005, Chávez adquiriu US$ 9,2 bilhões em títulos argentinos.
Mas, há poucas semanas, a aliança financeira com Chávez passou por uma zona de turbulência, quando o governo venezuelano adquiriu US$ 1 bilhão em bônus argentinos – com uma taxa recorde desde 2001 de quase 15% – e os vendeu dois dias depois inesperadamente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.