Enquanto a Petrobras mantiver a política de segurar o repasse da alta do preço do petróleo no mercado internacional para o preço da gasolina, o impacto da disparada do barril, que atingiu ontem US$ 111, pode até trazer um certo alívio para inflação ao consumidor, segundo avaliação do economista Miguel Daoud, diretor da Global Financial Advisor.

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Ele sustenta esse raciocínio numa tendência detectada nos últimos dias. Por causa dos conflitos nos países árabes, está ocorrendo uma migração dos investidores em mercados futuros em commodities (matérias-primas) agrícolas para as commodities energéticas derivadas do petróleo (gás, diesel, gasolina, por exemplo).

Com isso, em 15 dias, os preços em dólar de vários alimentos recuaram. Desde o dia 9 deste mês até ontem, o preço futuro da soja na Bolsa de Chicago caiu 10%; do trigo, 15%; do arroz, 17%. Na Bolsa de Nova York, o açúcar recuou quase 5% no mesmo período.

“Como as commodities agrícolas são um foco de pressão de preços no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a retração nas cotações pode ser positiva para a inflação, se a Petrobras continuar amortecendo a elevação da cotação do petróleo. O Brasil é um país de sorte”, diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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