Apesar da crise econômica que afetou o Paraná em 2009, 115 municípios conseguiram melhorar os índices de desenvolvimento em emprego, saúde e educação, segundo dados do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM). O índice é elaborado pelo Sistema Firjan – Federação das Indústrias do Rio de Janeiro e abrange todos os municípios brasileiros.
Mesmo com o avanço de 115 cidades, o índice do Paraná piorou em relação ao ano anterior, passando de 0,8365 para 0,8226. De acordo com os resultados da pesquisa, o recuo de 1,7% no índice foi causado pela queda na produção industrial e pela redução do ritmo de contratações em função da crise econômica mundial, que atingiu principalmente os estados mais industrializados e com maior percentual de emprego formal.
Apesar da redução no IFDM, o Paraná continuou a ter o segundo maior índice de desenvolvimento entre os estados brasileiros, ficando apenas atrás de São Paulo, que apresentou índice de 0,8796. A pior classificação foi de Alagoas, com 0,5933, bem abaixo da média do país, 0,6902.
Municípios
Em todo o Estado, apenas 13 municípios não evoluíram em nenhum dos três itens avaliados pelo Índice: Educação, Emprego & Renda e Saúde. A educação foi o item que obteve o maior avanço: 320 municípios melhoraram seus índices neste setor. Na área de Saúde, 240 cidades apresentaram índices superiores aos de 2008. Em Emprego & Renda, 239 municípios registraram avanço.
O maior IFDM do Estado ficou com a capital. Curitiba teve índice de 0,8731 e ocupa a terceira colocação entre as capitais brasileiras, atrás apenas de São Paulo (SP) e Vitória (ES), que obtiveram índices 0,8930 e 0,8838, respectivamente.
Já o município com o menor desenvolvimento entre os paranaenses foi Guaraqueçaba. A cidade registrou índice geral de 0,5034 e ocupou a posição 5071º entre os 5.564 municípios existentes no Brasil em 2009.
Estado
O Paraná tem o melhor índice Firjan de desenvolvimento da saúde do Brasil. O Estado apresenta índice 0,8898, bem acima da média nacional, que é de 0,7723.
Já em relação ao índice de Emprego & Renda, o Estado ficou na 3ª colocação, com pontuação 0,8022. Em Educação, o desempenho paranaense foi pior e o Estado ficou na 6ª colocação, com índice de 0,7759, atrás de São Paulo, Santa Catarina, Distrito Federal, Espírito Santo e Minas Gerais.
Índice
O índice é considerado um avanço em relação ao Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) por ter periodicidade anual, enquanto o dado utilizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) é divulgado apenas a cada dez anos. Segundo a Firjan, o índice também ofereceria variáveis que permitiriam avaliar com maior precisão a realidade dos municípios. As notas são elaboradas a partir de diversos indicadores oficiais, com dados dos Ministérios da Saúde, Educação e Trabalho.
Números do Paraná
2º maior IFDM do País – 0,8226
Emprego e Renda: 0,8022 (3º do País)
Saúde: 0,8898 (1º)
Educação: 0,7759 (6º)
10 municípios com o maior desenvolvimento e posição entre os municípios brasileiros:
1º Curitiba – 0,8731 (36º)
2º Maringá 0,8726 (37º)
3º Araucária 0,8715 (38º)
4º Londrina 0,8689 (40º)
5º Campo Mourão 0,8514 (64º)
6º Pato Branco 0,8482 (71º)
7º São José dos Pinhais 0,8429 (80º)
8º Rolândia 0,8401 (89º)
9º Douradina 0,8355 (111º)
10º Cianorte 0,8323 (122º)
10 municípios com o pior desenvolvimento e posição entre os municípios brasileiros:
390º Tunas do Paraná 0,5825 (3821º)
391º Goioxim 0,5686 (4103º)
392º Laranjal 0,5591 (4278º)
393º Saudade do Iguaçu 0,5580 (4306º)
394º Imbaú 0,5439 (4497º)
395º Cerro Azul 0,5411 (4537º)
396º Doutor Ulysses 0,5378 (4596º)
397º Santa Maria do Oeste 0,5312 (4718º)
398º São Sebastião da Amoreira 0,5249 (4800º)
399º Guaraqueçaba 0,5034 (5071º)
Curitiba lidera ranking de saúde
Curitiba obteve o melhor índice de desempenho em saúde entre as capitais brasileiras, de acordo com o Índice Firjan de Desenvolvimento dos Municípios (IFDM), divulgado pelo Sistema Federação das Indústrias do Rio de Janeiro. Os dados são referentes ao desempenho da cidade em 2009. O índice analisa o desenvolvimento de todos os municípios brasileiros em relação à geração de Emprego & Renda, Saúde e Educação. Quanto mais próxima a 1 a nota obtida, maior o nível de desenvolvimento da cidade.
No índice geral, a cidade ocupa o 3º lugar entre as capitais, com índice de 0,8731, atrás apenas de São Paulo (SP) e Vitória (ES). Entre os municípios brasileiros a cidade é a 36ª mais desenvolvida. O município alcançou a melhor colocação em Saúde entre todas as capitais brasileiras, com índice de 0,9508. Na segunda colocação ficou o município de Vitória, com índice 0,8979.
Em Educação, o município está em quinto lugar no ranking das capitais, com índice 0,8163. A cidade ficou atrás de São Paulo (SP), Vitória (ES), Palmas (TO) e Florianópolis (SC) neste quesito.
Já em relação ao Emprego & Renda, o desempenho curitibano foi bastante tímido, deixando a cidade na 18ª colocação, com índice de 0,8522.
Guaraqueçaba é a cidade menos desenvolvida
Guaraqueçaba, no litoral do Estado, foi o município com o menor índice de desenvolvimento do Paraná, de acordo com o indicador elaborado pelo Sistema Firjan – Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, que analisa o desenvolvimento de todas as cidades brasileiras em relação à oferta de Emprego & Renda, Saúde e Educação. Pelo índice, quanto mais próximo a 1 está a nota do município. mais desenvolvido ele está.
A cidade apresentou índice 0,5034, muito abaixo da média dos municípios paranaenses que foi de 0,6993. A cidade também apresentou um dos piores índices no quesito Emprego & Renda, com índice de 0,1958.
O prefeito da cidade, Aroldo Salustiano de Arruda (DEM) – confirmado no cargo nesta sexta-feira, em eleição na Câmara, após a cassação de Riad Said Zahoui – afirma que o emprego é o pior gargalo do município. “A questão do emprego em Guaraqueçaba é complicada. A única e maior empresa do município é a Prefeitura, que é a fonte de geração de emprego e renda da cidade”, explicou.
Mesmo para quem trabalha no serviço público a renda, segundo o prefeito, não é suficiente, já que a maior parte do funcionalismo recebe apenas o salário mínimo. Ele explica que projetos e convênios com os governos estadual e federal têm ajudado a desenvolver a saúde e a educação na cidade, mas o emprego é uma questão de difícil solução.
Entre as principais causas para a dificuldade de obtenção da renda está a queda da oferta em uma das principais atividades dos moradores: a pesca. Arruda conta que o peixe sumiu do município e deixou sem emprego boa parte da população. Agora, o município pediu ajuda ao governo estadual para tentar reativar um projeto antigo, denominado Baía Limpa, e socorrer os pescadores. A cidade busca também solução para o problema tentando incentivar a agricultura em projetos conjuntos com o governo federal, mas não tem condições de atender toda a população.
O turismo, que também seria uma possibilidade para gerar renda e emprego na cidade litorânea, é prejudicado pela falta de infraestrutura. De acordo com o prefeito, as estradas da cidade estão em condições precárias e a falta de investimentos faz com que quem visita a cidade dificilmente volte.
Para ele, a solução do emprego possibilitaria ao município o desenvolvimento e também melhorar os outros índices. “O que nós precisamos mesmo é de trabalho, é de geração de renda”, completou.