A crise externa e a guerra cambial prejudicaram o desempenho dos produtos manufaturados na balança comercial, de acordo com o boletim Economia Brasileira em Perspectiva, divulgado esta tarde pelo Ministério da Fazenda. “Condutas anticompetitivas e políticas monetárias que subvalorizaram moedas para aumentar os ganhos com as exportações influenciaram a deterioração da balança comercial de produtos manufaturados”, diz o documento.
No boletim, o governo salienta que, de 2005 a 2011, o Brasil passou de um saldo de US$ 8,5 bilhões no setor manufatureiro para um déficit de US$ 92 bilhões. “No intuito de reverter esse cenário, o governo brasileiro busca adotar medidas, a exemplo do Plano Brasil Maior, que visem abrandar esses efeitos e promover o emprego, a produção e a inovação tecnológica local”, afirmaram. No início do ano, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) anunciou que adotará medidas para estimular os exportadores até o fim do primeiro trimestre.
Também alinhado ao discurso do MDIC, o Ministério da Fazenda enfatizou no documento que a diversificação de mercados compradores tem sido “crucial” para o aumento das exportações do Brasil. O boletim salientou que a participação das exportações para a China e o Mercosul têm crescido em importância nos últimos anos. Em 20 anos, a participação chinesa passou de 1,22% para 17,31% das vendas brasileiras, enquanto a do Mercosul saltou de 4,20% para 10,88% no período.
O Boletim ressaltou que a balança comercial apresentou superávit de US$ 29,8 bilhões no ano passado, com os embarques somando US$ 256 bilhões. “O incremento das exportações está relacionado à contínua diversificação de mercados compradores e à elevação dos preços das commodities”.