Crise derruba confiança do consumidor

A confiança do consumidor voltou a cair em junho, segundo a 19.ª sondagem da FGV (Fundação Getúlio Vargas). O resultado retoma a tendência de deterioração verificada de janeiro a abril. A turbulência política foi o principal fator a afetar a percepção do consumidor sobre os rumos que o País pode seguir, segundo a FGV.

Dos cinco tópicos da pesquisa sobre a situação atual da economia do País e da família, quatro apresentaram piora no resultado. O consumidor manteve também uma visão pessimista para o futuro: dos quatro itens pesquisados, três apresentaram piora. O mercado de trabalho foi o único a dar sinais de recuperação.

A parcela de consumidores que afirmam que a situação do País piorou em relação aos últimos seis meses passou de 28,2% para 35,6%, o maior percentual desde janeiro de 2003.

A avaliação sobre a situação econômica da família em comparação aos últimos seis meses também ganhou viés mais pessimista. O percentual dos que afirmam que houve piora passou de 19,9% para 21,1%.

O conjunto de expectativas em relação aos próximos seis meses é o pior desde abril do ano passado, quando o resultado da pesquisa foi afetado pela explosão do caso Waldomiro Diniz.

A parcela de consumidores que acreditam na melhora da situação econômica do País no futuro passou de 36,4% para 32,9%, o menor patamar da série histórica.

A diferença entre o número de consumidores dispostos a gastar mais em bens duráveis, como móveis e eletrodomésticos, e os que pretendem gastar menos atingiu o pior resultado desde março, com um saldo negativo de 39 pontos percentuais. O percentual dos que pretendem gastar menos chegou a 52,9%.

As expectativas sobre o mercado de trabalho deram sinais de recuperação pela primeira vez no ano. A parcela dos que acreditam que será mais fácil obter trabalho passou de 6,3% para 10,2%.

A pesquisa consultou 1.464 chefes de domicílio entre os dias 1.º e 20 de junho.

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