A crise nos países ricos tornou-se uma grande oportunidades para as empresas dos Brics. Apenas entre 2010 e 2012, companhias do Brasil, Rússia, Índia e China investiram mais de US$ 100 bilhões na compra de grupos da Europa, dos Estados Unidos e até do Japão, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Os números da ONU revelam que, ainda que o discurso do bloco de países emergentes seja o de investir no continente africano e promover a cooperação sul-sul, é para a Europa que vai a maior parte dos investimentos de suas empresas.

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No total, os estoques de investimentos dos Brics – bloco que também inclui a África do Sul – pelo mundo atingiram em 2012 a marca recorde de US$ 1,1 trilhão. Se no ano 2000 os países do bloco investiam anualmente US$ 7 bilhões, em 2012 esse volume chegou a US$ 120 bilhões. Em dez anos, os Brics passaram de representar 1% do fluxo de investimentos para mais de 9% no mundo. Do total de estoques de investimentos, porém, apenas US$ 29 bilhões foram investidos nos próprios países do bloco emergente.

O mercado americano conta com um volume maior de investimentos dos Brics – cerca de US$ 31 bilhões – que os próprios sócios do grupo. Já na Europa os investimentos chegam a US$ 385 bilhões, 34% do total. No geral, os países ricos contam com estoques de investimentos dos Brics de US$ 470 bilhões. Mas o que mais chama a atenção dos especialistas da ONU é o padrão da entrada dessas empresas nos países ricos.

Entre 2010 e 2012, enquanto as economias desenvolvidas viveram estagnações e recessões, o fluxo de investimentos dos Brics a suas economias chegou a US$ 105 bilhões em aquisições. A China liderou o movimento, com 54% do total. Especialistas apontam que Pequim considera a Europa “mais aberta” que os EUA para investir.

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Segundo um informe da Câmara de Comércio da UE na China, estatais chinesas estariam até mesmo planejando ampliar essa participação nos próximos anos e aproveitar justamente as privatizações que ocorrerão no Velho Continente por conta da redução dos gastos públicos que governos terão de implementar. Em 2012, a China investiu 3,3 bilhões de euros na empresa de energia em Portugal, que estava sendo privatizada.

Hoje, o país que mais atrai empresas chinesas é a Alemanha, seguida pela França, Itália e Holanda. No Reino Unido, os chineses já compraram a fábrica dos tradicionais táxis de Londres, a Manganese Bronze. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. (

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