Crise completa dois meses, sem previsão de um final

Quando o governo do Paraná reuniu a imprensa local para divulgar a suspeita do foco de febre aftosa no Estado, no dia 21 de outubro, ninguém imaginava que a questão se arrastaria por tanto tempo. Passados exatos dois meses, o que se tem de concreto até agora é um prejuízo que pode chegar a R$ 240 milhões – R$ 120 milhões por mês, segundo estimativa do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Paraná (Sindicarne-PR) -, além da confirmação oficial, por parte do Ministério da Agricultura, de que há aftosa no Estado.

?O governo do Estado aguarda evidências para mostrar que o Ministério da Agricultura cometeu um equívoco. Seria uma vitória apenas moral porque, oficialmente, o Paraná tem aftosa, e é isso o que vale?, comentou o assessor econômico do Sindicarne-PR, Gustavo Fanaya. Para o economista, esse impasse com o Ministério da Agricultura pode custar caro ao Paraná. ?O governo estadual quer sair vitorioso do ponto de vista moral. Só que essa vitória pode colocar o Ministério da Agricultura contra nós?, afirmou. Isso porque é o governo federal quem encaminha o pedido para a OIE (Organização Internacional de Saúde Sanitária) para que o Estado volte ao status anterior, de livre de aftosa com vacinação.

Para Fanaya, o sacrifício sanitário das 2.212 cabeças de gado da Fazenda Cachoeira, em São Sebastião da Amoreira, seria a melhor solução. ?A alternativa jurídica pode até ser viável, mas não existe garantia de prazo?, ponderou.

Normas da OIE

?Somos regidos pelas normas internacionais, pelo código sanitário da OIE. O País firmou o acordo, aprovou e agora tem que cumprir.? A afirmação é do assessor de pecuária da Federação da Agricultura no Estado do Paraná (Faep) Alexandre Jacewicz. Para Jacewicz, o melhor caminho é buscar uma saída daqui para frente. ?Tudo o que aconteceu até agora faz parte do passado. Nossa realidade é essa (com o foco de aftosa confirmado), agora, o jeito é procurar uma saída?, comentou. Para Jacewicz, a necessidade no momento é buscar a solução ?o mais rápido possível e que satisfaça a OIE?. (Lyrian Saiki) 

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