A crise mundial que atingiu em cheio o mercado formal de trabalho brasileiro, no final do ano passado, levou a um aumento nas demissões de trabalhadores com menos instrução e menores salários, segundo os dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2008, divulgados hoje pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Com isso, houve um aumento real (descontada a inflação) de 3,52% na renda dos trabalhadores empregados no ano passado. “Quem mais perdeu emprego foi quem ganhava menos e tinha menos instrução. E isso explica muito porque a média salarial cresceu”, explicou o ministro do Trabalho, Carlos Lupi.

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De acordo com a Rais, entre os trabalhadores com ensino médio completo houve uma ampliação de 9,8% no total de empregados em 2008, em relação a 2007. Na mesma comparação, houve queda de 3,2% no estoque de empregados cuja instrução é até a quarta série. Pelo segundo ano consecutivo, a Rais também revelou que abriram-se oportunidades de emprego para jovens, com idades entre 16 e 17 anos, e para trabalhadores mais velhos, com mais de 50 anos. “Isso reflete um novo comportamento da economia brasileira”, afirmou Lupi.

Segundo a Rais, no ano passado o Brasil alcançou a marca de 39,442 milhões de empregos formais, entre celetistas e estatutários, o que representa um aumento de 4,88% em relação a 2007, quando foram registrados 37,607 milhões de trabalhadores com vínculos formais no País. “Em 2009 chegaremos à marca de 40 milhões de empregos formais no Brasil”, disse Lupi.

A Rais é um diagnóstico anual sobre o mercado formal de trabalho. Ela registra todas as contratações e demissões de empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), pelo regime estatutário, dos servidores públicos, além dos trabalhadores temporários e avulsos. Declararam a Rais 7,143 milhões de estabelecimentos, sendo 3,085 milhões com empregados e 4,058 milhões sem empregados contratados, o que representa um crescimento de 3,7% no total de estabelecimentos em relação a 2007.

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