A crise econômica provocou impactos mais fortes no emprego nos menores municípios do Paraná, que experimentaram intensas variações nos saldos de postos de trabalho.
O emprego no Estado também teve cenários distintos em dois períodos, com queda na maioria dos municípios entre setembro e dezembro do ano passado, sem atingir regiões específicas, e recuperação no primeiro semestre deste ano. Foi o que concluiu o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), que divulgou, ontem, uma pesquisa sobre emprego no Estado durante a crise.
De setembro a dezembro do ano passado, o saldo no emprego do Estado foi negativo, de 26.589 vagas, perdidas principalmente em locais onde funcionam usinas de álcool e açúcar, como Paraíso do Norte e Colorado.
Já no período de setembro de 2008 a junho de 2009, o saldo voltou a ser positivo no Paraná, com 13.922 empregos, resultado de 35,2 mil postos de trabalho criados e 21,3 mil eliminados.
Segundo o analista de conjuntura do Ipardes, Eron Maranho, os números positivos de setembro a junho foram observados em 242 municípios do Estado, enquanto 157 ficaram com saldo negativo. Cerca de 80% das novas vagas foram geradas em 43 municípios a maioria de grande porte, como Curitiba, Maringá, Araucária e Londrina.
Por outro lado, aproximadamente 80% das perdas aconteceram em 34 municípios, com Telêmaco Borba (-1,5 mil vagas) e Toledo (-1,4 mil) liderando o fechamento de postos.
Conforme o Ipardes, as atividades predominantes nos municípios, voltadas principalmente à exportação de papéis e derivados e do complexo soja, respectivamente foram determinantes para as perdas.
Em Curiúva, no Norte Pioneiro, 27% dos empregos formais foram eliminados. A cidade, ligada à produção florestal e desdobramento da madeira, foi o local que mais sentiu a crise no Estado.
De acordo com Maranho, os problemas no emprego foram mais comuns em municípios cujas atividades principais são voltadas à exportação. A indústria, segundo ele, foi a atividade mais afetada, principalmente a ligada ao açúcar e álcool.
Sobre a diferença de comportamento do emprego entre os grandes e pequenos municípios, o analista acredita que se deve ao fato de que, nos grandes, setores bem desenvolvidos, como o serviço e o comércio, diversificam as atividades e ajudam a diluir efeitos de crises.
Enquanto isso, os pequenos municípios concentram poucas atividades e unidades empregadoras. O Ipardes disponibilizou o estudo completo em seu site, no endereço www.ipardes.gov.br.