Ingressar na estrutiocultura – criação de avestruz – pode ser um ótimo negócio para quem deseja obter resultados em curto prazo. A ave ocupa uma área menor que o gado. Além disso, sua utilização é total. O couro do avestruz é o segundo mais valorizado no mundo – perdendo apenas para o crocodilo -, pois uma peça tratada custa US$ 500 o metro quadrado. Já o quilo da carne tem preço médio de R$ 70. Porém, se aventurar na atividade sem um planejamento pode ser muito arriscado.
Quem faz o alerta é o zootecnista e consultor do SOS Avestruz, Rodrigo Manfredini. “Antes de lucrar você precisa aprender a criar”, disse, acrescentado que o principal erro de quem ingressa na atividade é não definir o objetivo. Segundo ele, o Brasil possui um plantel de aproximadamente 150 mil aves – 4 mil no Paraná -, que começou a ser criado em 1996. O País tem potencial, analisa o consultor, de se tornar o maior criador mundial.
O controle sanitário no Paraná é feito pela Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), através do registro de trânsito das aves. Mas segundo o o chefe da Seção Sanitária Avícola da Divisão de Defesa Animal da Seab, Odilon Douat Baptista Filho, no ano passado a secretaria firmou um convênio com o Ministério da Agricultura para desenvolver visitas de inspeção nas propriedades. Com isso está sendo possível verificar a condição sanitária, identificando as patologias que podem comprometer o avestruz ou outras espécies que convivem com ele. Porque apesar de ser considerado um animal doméstico pelo Ibama, o avestruz é um animal exótico, com origem principalmente da África e Espanha.
Mercado
Além do couro do avestruz, que é muito valorizado, da ave pode ser utilizada as plumas, cujo custo é de R$ 1 mil o quilo, levando em conta que o Brasil é o maior importador desse produto para a utilização no Carnaval. O ovo do avestruz equivale a duas dúzias de ovos, e suas cascas têm utilização para artesanato. As unhas e os ossos também podem ser transformados, e o óleo que é extraído da ave está sendo pesquisado para utilização na indústria cosmética.
Todas essas vantagens saltam aos olhos dos investidores, diz o zootecnista e consultor Rodrigo Manfredini, “por isso, antes de iniciar na atividade, definir o que se pretende”. Hoje o custo para a compra de um animal com cerca de quatro meses gira em torno de R$ 500, e com 12 a 18 meses é de R$ 1,5 mil. Nesses dois casos, o retorno do investimento é mais demorado, pois é preciso esperar a fase reprodutiva. Já o custo para a aquisição de um animal adulto varia entre R$ 3 mil a R$ 6 mil.