Rio de Janeiro – O crescimento acumulado de 9,6% no comércio varejista do país, de janeiro a outubro deste ano, em comparação com igual período do ano passado, é o maior já registrado em toda a série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em 2001.

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Até então, a maior expansão para períodos semelhantes havia ocorrido em 2004, quando o comércio varejista fechou os primeiros dez meses do ano com alta acumulada de 9,1%. Os dados levantados até agora pelo IBGE indicam que este ano o comércio varejista deverá crescer entre 9% a 9,5%, repetindo, ou até superando, o crescimento de 2004, o maior de toda a série histórica e que também ficou em 9,1%.

A estimativa foi feita pelo analista da Pesquisa Mensal do Comércio (PME) do IBGE Nilo Macedo, com a ressalva de que o instituto não costuma fazer projeções. ?Com quanto de crescimento o comércio varejista vai fechar o ano, eu não posso precisar, até porque ainda faltam dois meses para o fechamento. Mas o quadro não deverá mudar muito. Como a conjuntura da economia é bastante favorável , acredito que, no fechamento do ano, esse crescimento fique aí entre os 9% a 9,5%, mais para 9,5%?, estimou. 

Caso a tendência venha a ser confirmada, o resultado deste ano ficará bem acima dos 6,2% relativos ao crescimento acumulado no ano passado. ?A tendência é de que, até o final do ano, tenhamos uma taxa bem maior do que a do ano passado, quando o crescimento acumulado foi de 6,2%?, afirmou Macedo.

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Para Macedo, a queda de 0,2% no crescimento das vendas do comércio varejista, entre setembro e outubro deste ano, foi pontual e dificilmente se repetirá no mês de novembro. Ele disse que o resultado desse período, o primeiro negativo do ano, foi surpreendente, pois o comércio vinha crescendo a taxas acima de 1% nos últimos meses. "O resultado reflete uma acomodação nas vendas e a antecipação o 13o salário dos aposentados do INSS [Instituto Nacional do Seguro Social], que ainda não está sendo compensada em sua plenitude no ajustamento sazonal.?.

Segundo o economista, a decisão do governo de antecipar o pagamento da metade do 13o salário para setembro, adotada desde o ano passado, altera para cima o resultado das vendas do comércio em setembro e, conseqüentemente, reduz o de outubro.

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?Do ano passado para cá ainda é possível observar que o comportamento [crescimento do comércio] em setembro está bem acima do que acontecia de 2004 para trás. Ao crescer em setembro acima do que vinha ocorrendo, a expansão do comércio acabou afetando para baixo o resultado de outubro?, afirmou Nilo Macedo.

Apesar da ligeira retração de 0,2% em outubro deste ano, em relação a setembro, as vendas do comércio varejista brasileiro fecharam os primeiros dez meses do ano com crescimento acumulado de 9,6%, mesmo percentual de expansão na comparação outubro de 2006/outubro de 2007. Na taxa anualizada (acumulado dos últimos 12 meses) a expansão do comércio foi de 9,1%.

Os dados da Pesquisa mensal de Emprego do IBGE indicam ainda que o faturamento do comércio fechou positivo em todos os indicadores, à exceção também do indicador mês a mês anterior ? quando houve retração de 0,3% sobre setembro.

De janeiro a outubro, na série com ajuste sazonal, a receita nominal das vendas no comércio do país registrou crescimento acumulado no ano de 11,4%. Em comparação com outubro do ano passado, a receita nominal chegou a acumular alta de 13,5%, o que levou o indicador dos últimos doze meses (a taxa anualizada) a acumular expansão de 10,6%.