O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse em teleconferência com repórteres que, depois de muitas décadas de baixo crescimento, o Brasil está em sua “melhor forma macroeconômica” em muito tempo. “Estamos prevendo crescimento econômico de 5,8% para 2010.”
Em 2009, o crescimento na maior economia da América Latina ficou perto de zero. Mas o crescimento robusto poderá reativar as pressões inflacionárias. Em 2009, a inflação medida pelo IPCA foi de 4,3%. O centro da meta da inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano é de 4,5%. “Os bancos centrais do mundo todo devem sempre se preocupar com a possibilidade de uma volta da inflação”, disse Meirelles. “Mas, no momento, achamos que a inflação para 2010 e 2011 está em torno da faixa da meta.”
Meirelles acrescentou que parte da preocupação com inflação envolve “a monitoração cuidadosa da utilização da capacidade industrial”. Ele acrescentou que “tem havido uma recuperação gradual na utilização nos últimos meses”. Meirelles destacou que as autoridades do governo estão muito confiantes em que o crescimento do País em 2010 virá do investimento das empresas. “O investimento está liderando o crescimento agora, enquanto anteriormente era o consumo que liderava”, disse. “Estamos alcançando um bom equilíbrio macroeconômico; a produção de bens de capital (maquinas e equipamentos) está se recuperando.”
O Investimento Estrangeiro Direto (IED), em particular, deve subir para US$ 45 bilhões em 2010, de apenas US$ 25,9 bilhões no ambiente recessivo de 2009. Meirelles deu poucas indicações sobre a política monetária, notando apenas que o compromisso intransigente do BC “com a meta de inflação levou a um declínio na taxa de juro real”. As informações são da Dow Jones.