Crescimento do PIB será menor este ano

São Paulo

– O Departamento de Economia do BicBanco, chefiado pelo economista Luiz Rabi, acaba de reduzir sua previsão para o crescimento do PIB este ano, de 2,8% para 2,0%. Esta revisão, segundo Rabi, tem como ingrediente principal a necessidade de elevação da taxa de juros no primeiro trimestre visando combater a inflação. Mas ela ganhou também uma força adicional após a divulgação dos resultados da 26.ª Pesquisa Conjuntural realizada pelo banco em abril com 84 empresas que movimentam mais de R$ 240 milhões por ano. As empresas mostraram resultados negativos com relação às expectativas de seus negócios.

“Se a retomada da queda da taxa de juros demorar ainda mais, as projeções para o crescimento econômico sofrerão nova revisão para menor”, alerta o economista-chefe do BicBanco.

A reboque do conjunto das informações econômicas disponíveis, a instituição manteve sua previsão para a inflação medida pelo IPCA de 2003 em 11,5%. Esta taxa, conforme ressalta Rabi, continua bem acima da meta oficial, mas abaixo da média apurada junto aos departamentos econômicos dos bancos e consultorias especializadas, que está em torno de 12,5%. “A possibilidade de redução dos preços dos combustíveis, tendo em vista a recente queda do dólar, se efetivada, contribuirá para reduzir a inflação esperada para 2003, fato que nossa projeção já contempla”, diz Luiz Rabi.

Rubi promoveu também uma redução em cerca de US$ 2 bilhões nas estimativas de exportações por causa da apreciação cambial e baixo dinamismo internacional. Porém, a projeção para o saldo comercial manteve-se praticamente inalterado, em US$ 17 bilhões, já que na contrapartida da queda do dólar, as importações também deverão cair em torno de US$ 2 bilhões por causa do menor crescimento interno. O dólar médio deverá ficar em R$ 3,35 este ano.

O déficit em transações correntes, segundo previsão do economista, deverá fechar em 0,7% do PIB e os investimentos diretos deverão atingir US$ 12 bilhões. A dívida líquida deve ficar em 55,5% do PIB e o superávit primário em 4,3% do produto.

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