Brasília (AE) – O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, avaliou ontem que o pacote em preparação pelo governo não ataca os maiores empecilhos ao crescimento econômico, como o excesso de gastos públicos. Ele considerou ?frustrante? o desempenho da economia brasileira, que deverá encerrar este ano com um crescimento de 2,7%, e avaliou que, nas atuais condições, o Produto Interno Bruto (PIB) não crescerá mais do que 3,4% em 2007, um resultado distante do objetivo do governo de crescer 5%.
Em seu balanço de fim de ano, a CNI ressaltou que nos últimos dois anos o Brasil só cresceu perto de metade da média mundial, de 5,1%. Segundo a entidade, o PIB brasileiro deverá crescer em 2006 apenas 0,5 ponto porcentual acima da média dos últimos 10 anos. ?O ano se encerra mais uma vez com forte sentimento de frustração?, disse Monteiro Neto.
A CNI prevê para o próximo ano uma aceleração moderada no ritmo de crescimento. ?Uma taxa de crescimento de 3,4% ainda é insatisfatória. As condições para crescer mais de 3,4% não estão dadas?, avaliou. Esse ritmo moderado de expansão, segundo a CNI, é explicado pela inexistência de ações mais efetivas voltadas à superação dos obstáculos que vêm limitando a expansão da economia nas últimas décadas.
?Todos esperamos ansiosos pelo conjunto de medidas que o governo vai anunciar?, afirmou Monteiro Neto. Ele ponderou, no entanto, que o nível de expectativa dos empresários em relação a esse pacote não deve ser muito alto porque, a seu ver, não é apenas um conjunto de medidas que vai criar as condições de crescimento.
