Um crescimento de 3,5% para a economia brasileira em 2004 é “extremamente” viável, segundo avaliações feitas ontem, pelo ministro do Planejamento, Guido Mantega. “Temos sinais fortes de que a recuperação da economia prosseguirá em 2004”, disse o ministro, que citou o resultado do INA (Indicador do Nível de Atividade) da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), o qual apontou crescimento de 1,8% na produção da indústria paulista em janeiro na comparação com dezembro e expansão de 3,3% em relação a igual mês de 2003.
Mantega citou ainda uma pesquisa da FGV (Fundação Getúlio Vargas) revelando que os industriais pretendem aumentar a capacidade de produção de suas empresas em 18% nos próximos três anos. “Essa intenção é a maior apresentada nos últimos sete anos”, disse o ministro.
Segundo Mantega, é preciso que os empresários sejam mais ousados e transformem as intenções em investimentos e que os bancos liberem mais crédito e reduzam os spreads bancários (a diferença entre o custo de captação e o de empréstimo dos bancos).
Mantega admitiu, porém, que projeções são sempre “um exercício de futurologia”. “Se olharmos ao longo da história perceberemos que sempre há erros e acertos. Mas posso garantir que hoje as condições para o crescimento sustentável são muito mais favoráveis do que no final de 2002 e início de 2003”, afirmou.
“Ninguém consegue acertar em cheio (com as projeções). Mas tudo leva a crer que temos condições de crescer 3,5% ou mais em 2004”, acrescentou.
Entre as medidas que visam estimular a economia, o ministro citou a política industrial, tecnológica e de comércio exterior, que deve ficar pronta até o final de março, e o programa de recuperação de estradas, ferrovias e portos. Além disso, de acordo com o ministro, o governo estuda o lançamento de novas medidas que vão impulsionar a construção civil.
O ministro participou ontem de seminário promovido pela Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), em São Paulo.