Brasília (AE) – O ritmo de crescimento da atividade industrial atingiu no terceiro trimestre o nível mais alto dos últimos seis anos, mas os empresários estão cautelosos quanto à manutenção dessa expansão nos próximos meses. É o que revela a pesquisa Sondagem Industrial realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Com base nas respostas de 1.224 grandes, médios e pequenos empresários do setor, ouvidos entre o final de setembro e o início de outubro, a CNI defende estímulos aos investimentos, como a interrupção da seqüência de elevação dos juros adotada pelo Banco Central.
“A pesquisa mostra que há otimismo do empresariado, mas sem uma expansão explosiva da economia”, resumiu o coordenador da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco. Para o economista, a sondagem mostra que não há riscos de as indústrias não conseguirem atender à demanda em 2005, apesar do alto grau de utilização da capacidade instalada. Entre as grandes empresas, o nível está em 83%, o mais alto desde dezembro de 2000. Entre as pequenas e médias, chega a 73%.
O levantamento mostra que apenas 12% dos grandes industriais ouvidos e 8% dos pequenos e médios apontaram como problema o fato de estarem operando no limite da capacidade. Para Castelo Branco, no entanto, esse quadro só se manterá se forem dadas condições favoráveis para os investimentos serem feitos, como juros baixos e menos impostos. “É um risco muito grande inibir o investimento”, afirmou o economista.
Realizada em 21 estados, a sondagem ouviu 1.022 pequenas e médias e 202 grandes indústrias. As respostas são pontuadas de 0 a 100 e valores acima de 50 indicam avaliações positivas. Sobre o período de julho a setembro, todos os itens pesquisados foram favoráveis, alcançando as melhores marcas desde o início da série, em 1998.
O indicador médio de evolução de produção no terceiro trimestre somou 60,1 pontos, a pontuação mais alta de toda a série. De abril a junho, foram 55,7 pontos. Quanto ao faturamento, foram 59,9 pontos, contra 56,2 do período anterior, e a oferta de empregos atingiu 55,6 pontos, ante 52,8 no último levantamento. Segundo os empresários, os estoques de produtos estão dentro do planejado e a situação financeira continuou se recuperando.
